Eliene Waichert da Silva, de 54 anos, paga religiosamente todos os meses as mensalidades do plano SM Saúde. Mas estar em dia não foi garantia de atendimento quando fraturou o joelho e, desde o dia 30 de outubro, está na enfermaria do Hospital Antônio Bezerra de Farias, onde espera por uma cirurgia.
De acordo com Tânia Waichert Brandão, irmã de Eliene, a fratura no joelho foi resultado de uma queda que ela levou dentro de casa. No dia 30 de outubro, a família de Eliene, que é portadora da Síndrome de Down, acionou o Samu para fazer o resgate.
“Chamamos o Samu e, no caminho os socorristas ligaram para o Hospital Santa Mônica e foram informados que não tinha ortopedista para atender a minha irmã. Então ela foi levada para o Antônio Bezerra de Farias”.
Eliene permanece internada na enfermaria do local até hoje. Ela, de acordo com parentes, está com pinos provisórios na perna aguardando cirurgia, mas o Estado não possui uma placa de metal específica para o caso da paciente.
“A minha irmã está esperando correndo o risco de pegar alguma infecção porque está com pinos, mas a ferida está aberta. O Estado não tem a placa para fazer a cirurgia, tem que ser uma placa especial porque, por ser portadora da Síndrome de Down, os ossos dela são porosos demais”, afirmou Tânia.
Diante da falta do material por parte do Estado, a família de Eliene cobra uma solução do SM Saúde. Tânia afirma que já perdeu as contas de quantas vezes ligou para a operadora de saúde cobrando a remoção da irmã para o hospital que pertence ao plano de saúde. “Toda vez que eu ligo eles afirmam que não tem ortopedista para atender a minha irmã, que eles não têm como fazer a transferência para o hospital deles e que não tem como fazer a cirurgia dela”, desabafou a irmã de Eliene.
Tânia explicou ainda que sua família paga a mensalidade de R$ 1,8 mil no plano e que na hora que mais precisa não conseguiu atendimento. “É um descaso muito grande. Minha irmã está lá no hospital sofrendo e a gente não sabe nem quando isso vai acabar”, desabafou.
A equipe de reportagem do Folha Vitória entrou em contato com a operadora SM Saúde para que a empresa se pronunciasse sobre o caso. No entanto, a informação repassada foi de que todos os esclarecimentos já tinham sido feitos à família da paciente. A reportagem enviou ainda um email para a empresa, solicitando uma explicação para a demanda, mas não obtive resposta.
Já a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou, por meio de nota, que a paciente deu entrada no dia 30 de outubro no Hospital Antônio Bezerra de Faria e está sendo medicada e recebendo toda assistência para que alcance uma condição clínica favorável para a realização da cirurgia.
A direção explicou ainda que a placa necessária para a cirurgia desta paciente é específica, devido ao quadro clínico da paciente, e que o processo de compra para aquisição do material está em andamento. A previsão é de que a cirurgia seja realizada no dia 18 de novembro.