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Pó preto: Iema e empresas são notificados para elaborar plano de redução de poluição

Ministério Público do Espírito Santo e Ministério Público Federal também querem que Iema, Vale e ArcelorMittal identifiquem origem da emissão de pó preto

Foto: TV Vitória

O Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema-ES), o diretor de Politização da Vale e o CEO da área de Aços Planos América do Sul da ArcelorMittal Brasil foram notificados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre à emissão de pó preto na Grande Vitória. 

O pedido é para que seja apresentado um plano de contingência relativo à emissão de poeira sedimentável, o chamado pó preto, visível pela população. A análise deverá considerar os últimos seis meses de 2023

Os órgãos, que fiscalizam o cumprimento dos termos de compromisso ambiental das empresas, querem apurar quais atividades contribuem para aumento nos valores de poeira, viabilizar as ações de gestão ambiental e dar transparência à sociedade quanto às medidas adotadas.

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O Ministério Público quer que esse plano seja apresentado em até 15 dias. No documento, devem ser expostos: 

“Descrição das ações para cada área do site industrial das duas empresas, com potenciais fontes de emissão que venham a interferir nos valores de partículas sedimentáveis, no período de verão e em qualquer situação climática adversa, visando garantir a manutenção dos menores níveis apurados no ano”, narra. 

Além disso, também deve ser apresentado um relatório com a análise do material recolhido nos “jarros da rede manual de monitoramento” da poeira. 

Também, outros mecanismos de avaliação do material que permitam identificar as atividades geradoras ou a “origem do problema do pó preto”.

Documentação de tecnologia de empresa francesa 

O Ministério Público descreveu que, em relação ao Iema, o órgão solicitou a apresentação de toda a documentação que levaram a optar pela tecnologia de monitoramento da empresa francesa Aloatec. 

Isso ocorre pois utilizaram a francesa ao invés da tecnologia da empresa EcoSoft, que esteve em teste no período de setembro de 2020 a dezembro de 2022 na Grande Vitória. 

O Iema deverá informar também a conclusão obtida com os dados fornecidos no período de teste dos equipamentos da EcoSoft.

O MPES e o MPF-ES solicitaram que o Iema, a Vale e a Arcelor informem em até 15 dias úteis quais providências foram tomadas a respeito das notificações recomendatórias.

“Prevenir responsabilidades” 

O MPES também descreveu que, no caso do Iema, a notificação é recomendatória, com o objetivo de prevenir eventuais responsabilidades que possam ocorrer em razão dos danos ambientais, urbanísticos e aos direitos da coletividade, decorrentes da prática de atos de ofício.

“Em relação às empresas, o objetivo é prevenir responsabilidade civil, penal e administrativa em relação aos diretores, para que no futuro não seja alegada ignorância quanto à extensão e o caráter ilegal e antijurídico dos fatos noticiados”, termina o MPES.

O que dizem as empresas? 

ArcelorMittal Tubarão confirmou que recebeu as notificações emitidas pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Vitória, e Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) e que apresentará as informações solicitadas dentro do prazo estabelecido pelos órgãos.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) respondeu que foi notificado no final da tarde de sexta-feira (15) e que a equipe está mobilizada no levantamento das informações para atender a notificação dentro do prazo estabelecido.

Já a Vale disse que responderá aos órgãos dentro do prazo estipulado. A empresa reforça que tem investido continuamente para aprimorar seus controles ambientais, conforme compromisso assumido com a sociedade e com os órgãos públicos. Leia abaixo o restante da nota enviada pela empresa:

“A empresa está implantando seu Plano Diretor Ambiental, que conta com diversas ações para reduzir ao máximo a emissão de poeira e aprimorar a gestão hídrica na Unidade Tubarão, em Vitória. As ações implantadas reduziram em cerca de 85% as emissões difusas de poeira emitidas pela empresa em relação a 2010.

São 131 projetos para melhoria da gestão atmosférica, incluindo implantação de novos equipamentos, melhorias em controles ambientais atmosféricos e estudos de novas tecnologias. 

Entre as principais ações, estão o fechamento 23 mil metros quadrados de áreas de estocagem temporárias e pátio de insumos, enclausuramento de casas de transferência e correias transportadoras e a instalação em andamento de quatro novas wind fences, que vão totalizar cerca de 16 quilômetros de telas até o final deste ano.

Importante esclarecer, também, que a poeira sedimentável, popularmente conhecida como “pó preto”, é composta por diferentes elementos provenientes de diversas fontes, como veiculares, construção civil e industriais, conforme Inventário de Fontes do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema)”. 

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória