A imaturidade não permite que a menina, de doze anos, defina o que realmente sente pelo homem, onze anos mais velho. “Eu não sabia o que era amar e eu acho que não sei o que é ainda”, conta a criança.
Há seis meses, ela venceu a timidez para se aproximar do jovem que costumava apreciar, enquanto ele jogava futebol. “Eu via ele jogando futebol e fui conversando e fui gostando cada vez mais dele”, diz.
Filha de pais separados, a estudante do sétimo ano do ensino fundamental acumula medalhas e até troféus conquistados nas competições esportivas que sempre disputou. Agora, o sonho de ser rainha de bateria de escola de samba é ameaçado pela possibilidade da gravidez precoce.
“A gente nunca pensa que vai acontecer com a gente, eu aconselho essas meninas porque tem a família e não é só a vida delas, tem toda a família. A gente fica triste e arrasada. Eu não sei qual atitude tomar nesse momento só sei que se ela tiver grávida ele vai ter que assumir”, conta a avó da criança.
Uma história que parece se repetir. A avó se tornou mãe, aos quatorze anos. A costureira recorre à própria história de vida para orientar a outras tantas meninas, que seguem o mesmo caminho da neta.
De acordo com o advogado Franz Simon, o fato de se ter um relacionamento com uma criança de 12 anos é considerado crime de estupro. “Isso está caracterizado como crime de estupro de vulnerável. Só por ela ter 12 anos já caracteriza crime de estupro. O suspeito precisa ser processado e preso, inclusive. O crime não precisa ser denunciado já que é uma ação pública incondicionada. A pena é alta de no mínimo oito anos”, afirma.