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Polícia indicia por racismo professor e argentina que imitaram macacos em roda de samba no Rio

Em julho, eles foram flagrados imitando macacos em uma roda de samba na região central da capital fluminense

Polícia indicia por racismo professor e argentina que imitaram macacos em roda de samba no Rio
Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou nesta quarta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, dois professores – um brasileiro e uma argentina – pelo crime de racismo. Em julho, eles foram flagrados imitando macacos em uma roda de samba na região central da capital fluminense. A atitude, gravada por testemunhas, foi alvo de críticas na época.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação começou imediatamente após a repercussão do caso e foi capitaneada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), unidade da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) criada há pouco mais de cinco anos.

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A corporação afirmou que o relatório do inquérito, que será enviado ao Ministério Público do Estado, aponta que “os atos são graves”. A equipe da Decradi responsável pelo caso analisou as imagens e ouviu testemunhas, além dos professores. Como mostrou o Estadão, a Polícia Civil teve dificuldades em localizar a professora no começo das investigações.

“O ato praticado associou negativamente indivíduos ou grupos, especialmente em relação à população negra, uma vez que esse comportamento é carregado de uma história de racismo, já que a comparação entre pessoas negras e macacos foi amplamente usada para desumanizá-los e discriminá-los ao longo da história”, aponta a conclusão do inquérito.

O relatório diz ainda que, por vezes considerados “brincadeiras”, são comportamentos que podem perpetuar traumas e desigualdades sociais, ferindo a dignidade de pessoas, o que torna imprescindível a necessidade de conscientizar e educar a sociedade sobre os impactos históricos e emocionais de tais ações. O crime, de acordo com a legislação vigente, é inafiançável e imprescritível, com penas que vão de dois a cinco anos de reclusão.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro acrescentou que as vítimas de preconceito que desejarem registrar ocorrências do tipo podem procurar a sede da Decradi, na Rua do Lavradio, 155, no centro. “Há a possibilidade também de comunicar os crimes em qualquer delegacia distrital do Estado ou por meio da delegacia online”, informou. “Todos os fatos são apurados, a fim de responsabilizar criminalmente os autores.”