Os direitos das mulheres estão novamente em xeque no Irã, uma vez que a polícia local voltou a perseguir a população feminina pela não utilização do véu em público. Para tanto, o governo conta com um novo aparato: câmeras de segurança para identificá-las e forçar o uso da vestimenta.
O abandono do adorno faz parte do protesto de muitas mulheres iranianas após a morte da ativista Mahsa Amini, que foi presa no ano passado justamente por não utilizar o hijab de forma adequada.
O uso do véu foi estabelecido em 1983, após a revolução islâmica e desde então é lei de ferro no país. O Irã se concentrou em reprimir os protestos causados pela morte da ativista, o que desviou o foco da peça de roupa por algum tempo, mas agora a atenção está novamente volta á reutilização do hijab.
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“O plano policial para lidar com o mau uso do hijab nas ruas, veículos e centros comerciais começa a ser aplicado a partir de hoje”, informou no sábado (15) a agência de notícias “Fars”, vinculada à Guarda Revolucionária iraniana.
A polícia já anunciou que usará o aparato estatal para reprimir o não uso do véu. Mulheres que forem flagradas sem o artefato serão notificadas por mensagem de texto e caso reincidirem, terão de comparecer em juízo para prestar depoimento.
Já mulheres que estiverem sem o lenço em seus carros, podem ter o veículo apreendido pela polícia. Além disso, pessoas que estimularem o não uso do véu também serão processadas e julgadas sem possibilidade de apelação.
“O crime de encorajar a retirada do véu será processado em um tribunal criminal, cuja decisão será final e sem possibilidade de recurso”, explicou o vice-procurador-geral do país, Ali Jamadi, segundo a agência “Mehr”.
Apesar das duras medidas, muitas mulheres iranianas não se incomodam com as penalidades e afirmam que continuarão a não usar a peça de roupa como forma de protesto.
“Não me importa, deixem que façam o que quiserem, vou seguir meu caminho sem usar véu”, disse à EFE uma moradora de Teerã.
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*Com informações do Portal R7