Os dados do avanço do coronavírus no Brasil assustam. Foram registrados nesta quinta-feira (23) 407 mortes em decorrência da doença em apenas 24 horas. No total, são 3.313 mortos e 49.492 casos oficialmente confirmados pelo Ministério da Saúde.
O Espírito Santo, com 1.453 casos confirmados e 43 mortos, está em alerta.
O que chama atenção é que estados maiores, como Minas Gerais, tem menor número de casos confirmados. A população mineira é cinco vezes maior que a capixaba e tem menos pacientes com testes positivos para a covid-19.
Para a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, a resposta para isso está no volume de testes, que aqui no Estado são feitos em maior quantidade que em Minas, o que explica o alto número de casos diagnosticados.
“Nós conseguimos fazer uma quantidade de testes expressiva, começamos desde o início a fazer isso. Nós temos também uma concentração grande da doença na região metropolitana. Minas Gerais é diferente, eles não têm essa grande concentração na região metropolitana, apesar de ter um quantitativo de municípios maior que a gente”, disse Fabiano Ribeiro, subsecretário de assistência em saúde do Estado.
Até esta quinta-feira (23) foram feitos 8.039 testes de biologia molecular, também chamado de RT-PCR, no Espírito Santo. No início de maio, a Secretaria de Saúde começa outra etapa de exames, para identificar o percentual da população capixaba que já teve contato com o novo coronavírus. A ideia é fazer o teste rápido em 32 mil capixabas de 27 municípios selecionados.
Em Minas Gerais foram pouco mais de 10.400 testes realizados. São 2 mil a mais que no Espírito Santo. Até esta quinta-feira (23), 1.308 pessoas testaram positivo para a covid-19 e 51 mortes foram registradas.
Para o infectologista Crispim Cerutti, a explicação para o número de casos ser maior no Espírito Santo que em Minas é outra: os capixabas estariam respeitando menos o isolamento.
“É uma atitude displicente em relação ao risco que representa essa pandemia. A gente sabe que a transmissão é direta, que quanto mais as pessoas circulam, maior é o risco de ser infectado e essa circulação tem aumentado progressivamente, a gente percebe olhando para as vias públicas”, afirmou
Para o especialista, não é hora de relaxar. “Quanto menos você circular nessa época, menos problemático será para a população em termos de saúde. É preciso lembrar que essa é uma doença grave e ela é letal. Se você circula, você está sendo um veículo, você está possibilitando a introdução do vírus dentro da sua casa. Vai ser muito ruim pra você descobrir que um familiar seu adoeceu e que você pode ter sido o elemento determinante disso”, completou.
Com informações da jornalista Andressa Missio, da TV Vitória / Record TV