Um posto de combustíveis localizado no bairro Paul, em Vila Velha, foi interditado nesta sexta-feira (1) após ser flagrado comercializando combustível adulterado com metanol.
A interdição ocorre em mais uma fase da Operação META, que visa desarticular um esquema nacional de adulteração de combustíveis. O nome do posto não foi divulgado pela polícia. A irregularidade foi encontrada no etanol comercializado nas bombas do estabelecimento, que foram lacradas.
“Foi feita uma coleta inicial na semana passada, que indicou que havia essa adulteração. A ANP conseguiu constatar lá na hora em que nós fizemos essa análise preliminar e com base nisso foi levado para um laboratório, que constatou a presença do metanol”, disse o delegado Eduardo Passamani.
Entre os investigados estão o dono do posto, o distribuidor e o importador do combustível, segundo a Polícia Civil.
A interdição faz parte de uma operação que investiga a venda de etanol adulterado no Espírito Santo. Em dois meses, cinco postos foram interditados, sendo três em Vila Velha e dois em Guarapari.
O esquema envolve a compra de 30 milhões de litros de metanol, que era misturado ao etanol.
O metanol é considerado uma substância altamente tóxica, sendo proibida pela legislação brasileira a sua mistura com etanol ou gasolina.
“Em contato com mucosa, o metanol pode causar cegueira, intoxicação. Se ingerido, pode causar morte. Só que ele é muito mais barato. De metade a um terço do preço”, pontuou Passamani.
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A operação foi realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a comissão dos Explosivos e Combustíveis da Assembleia Legislativa (Ales).
De acordo com a investigação, o produto teria sido adquirido por um empresário de Vila Velha e distribuído aos postos. A polícia agora investiga outros estabelecimentos.
Os outros postos interditados anteriormente estão funcionando normalmente. Apenas o fiscalizado nesta sexta-feira continua interditado. Ninguém foi preso ou indiciado. A investigação segue sob sigilo.
Os envolvidos podem responder por associação criminosa, estelionato e venda de produto impróprio para consumo.
O proprietário do posto não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.
Já a Rede Atlântica divulgou uma nota na noite desta sexta-feira em que esclarece que o fato ocorreu de forma isolada em um posto revendedor de sua bandeira. Veja a íntegra:
“Esclarecemos que a Atlántica Produtos de Petróleo Ltda é uma distribuidora de combustível, e que o fato ocorrido foi, de forma isolada, com um Posto Revendedor que expõe a sua bandeira. O mesmo é dotado de personalidade jurídica e administração própria, conforme determina a ANP e a legislação pátria.
Importante frisar que a Atlântica Petróleo preza pela qualidade dos seus produtos e não concorda, não tolera e não pactua com qualquer tipo de comercialização de produtos fora da legalidade e das especificações técnicas da ANP.
Ressaltamos ainda que a Atlântica apoia incondicionalmente a frequente fiscalização e as ações das autoridades competentes nos Postos Revendedores de combustível.
Desta forma, esperamos ter esclarecido os fatos e afirmamos que iremos apurar o ocorrido e tomaremos as medidas cabíveis à espécie em relação ao Posto Revendedor em questão”.
A primeira fase da operação
No último dia 10 de agosto, foi deflagrada a primeira fase da Operação META. Na ocasião, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em empresas e transportadoras da Serra, residências de empresários em Vila Velha e na sede de uma rede que conta com nove postos funcionando na Grande Vitória.
Foram fiscalizadas ainda empresas do ramo químico, suspeitas de serem de fachada, abertas no Espírito Santo por empresários paulistas e responsáveis por trazer o produto adulterado ao Estado.
A ação também interditou quatro postos no estado do Rio de Janeiro com combustível adulterado por metanol e apreendeu 241 mil litros da substância que pertenciam a seis empresas do Espírito Santo e estavam armazenados em um terminal no Paraná.
Ainda durante a operação foi apreendido petróleo de uma empresa que funcionava sem autorização na Serra. Além de celulares, computadores e documentos dos suspeitos que serão analisados para obtenção de provas.
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*Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV
