Com os dias ensolarados, as praias de várias regiões do Brasil têm ficado lotadas e com aglomerações. O movimento se intensificou ainda mais no feriado prolongado. As pessoas estão voltando as atividades como se não houvesse uma pandemia. Nas praias, bares e restaurantes, o cenário favorece a disseminação do novo coronavírus, mesmo ao ar livre, e contraria as medidas de prevenção recomendadas por autoridades de saúde.
O governo de São Paulo afirmou que os efeitos dessa situação serão sentidos em duas semanas. De acordo com a infectologista Lina Paola, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o risco de infecção é alto, caso nenhuma orientação para evitar o contágio – como distanciamento e uso de máscara – seja respeitada.
“É um pouco difícil [de estimar o risco] porque estamos em um local aberto. Mas se não há nenhuma regra, as chances de se infectar são em torno de 70%. Você está muito mais exposto do que se não estivesse em uma aglomeração”, destaca.
A especialista ainda explica, que estar ao ar livre não garante segurança porque a presença de muitas pessoas próximas facilita o contato com alguém que esteja infectado e, portanto, com gotículas contaminadas expelidas na fala, tosse ou espirro. A possibilidade de tocar objetos e superfícies contaminadas e, em seguida, colocar as mãos nos olhos, nariz ou boca e contrair o vírus justifica a proibição do uso de guarda-sol e cadeiras na areia da praia. Mas a restrição foi ignorada por muitos turistas.
A médica ainda ressalta que o ideal seria ter utensílios de uso pessoal e intransferível. “Mas o que a gente vê na praia é que todo mundo fica com todo mundo e partilham os objetos”
A máscara foi dispensada por muitas pessoas, as deixando ainda mais expostas. Segundo a infectologista, este item só poderia ter sido descartado se houvesse diretrizes de segurança bem estabelecidas e elas fossem respeitadas. “Quando não está se cumprindo nenhuma regra, o ideal é manter a máscara e levar álcool em gel”.
De acordo com Lina, para garantir que todos pudessem ir à praia com segurança, deveriam ser delimitados espaços com distância mínima de 3 metros entre cada um e tempo limite de permanência na praia para as famílias.
A Prefeitura do Rio de Janeiro cogitou testar um aplicativo para agendamento de espaços na areia da praia, mas desistiu da ideia após receber críticas da população.
*Com informações do Portal R7