A Copa do Mundo, que mobiliza tantas nações e recebe atenção ainda mais especial no “país do futebol”, pode servir para estimular reflexões de outras ordens.
Na educação, por exemplo, é possível pensar no esporte para além de uma modalidade ou de um evento grandioso. Especialistas afirmam que introduzir a prática esportiva na escola é uma forma de contribuir no desenvolvimento de competências e habilidades consideradas fundamentais na trajetória do aluno e em sua formação para a vida adulta e profissional.
Na Escola Monteiro, o esporte faz parte do dia a dia da comunidade estudantil por meio das aulas de Educação Física, das atividades no recreio e das escolinhas oferecidas em diversas modalidades.
“A disciplina é parte da grade, dentro do que prevê a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas o que diferencia uma instituição da outra é a forma como o que está previsto é desenvolvido e trabalhado. Na Monteiro, entendemos o papel do movimento e do esporte em vários aspectos: no processo de autoconhecimento, no estímulo ao exercício físico como estratégia de autocuidado e da construção de hábitos saudáveis, na diversão e no lazer, no desenvolvimento da habilidade de trabalhar em equipe, no reconhecimento do outro e de seu valor, entre outros vários pontos”, considera a diretora pedagógica da Monteiro, Penha Tótola.
Para ela, o esporte também ensina a saber perder e ganhar, oferece lições relacionadas à ética e respeito, além de permitir integração e estreitamento de vínculos e parcerias.
Na Monteiro, além das aulas do dia a dia, já é tradição mobilizar a escola em torno de um grande evento batizado de Olimpíadas Monteiro.
Por quatro ou cinco dias, a escola respira o “clima olímpico”, com direito a uma abertura com desfile com bandeiras dos estados brasileiros, hino nacional, apresentações esportivas de atletas convidados, formação em quadra de todas as equipes e até tocha olímpica.
Mas o trabalho começa antes nas aulas de Educação Física com sorteio de times, definição do nome da equipe e até a produção da arte para confecção de camisas por time. Tudo dentro do jeito Monteiro de ser, fazer e ensinar: dando protagonismo aos alunos e estimulando o trabalho em grupo.
Confira outras experiências de alunos Monteiro com o esporte:
Depois, vêm os treinos em modalidades diversas: além dos clássicos vôlei, futebol, handebol e basquete, há disputas como salto à distância, corrida de revezamento, tênis de mesa e até queimada, garantindo a leveza e a jovialidade da disputa, que termina com premiações e distribuição de medalhas por série.
“É um momento de muita alegria e aprendizado. A escola vibra e se envolve com o evento. Fazemos a abertura fora da escola e as competições ora são na quadra ora em outros espaços esportivos. Há provas até na praia que temos bem pertinho da sede da escola, na Enseada do Suá. Vale muito a pena”, afirma Penha.
Leia mais sobre iniciativas da Monteiro envolvendo a cidade:
https://monteiro.g12.br/quando-a-cidade-e-a-sala-de-aula/
6 benefícios do esporte na escola
1) Um drible no sedentarismo
O Brasil é o país com mais sedentários em toda a América Latina e a educação física, disciplina obrigatória do currículo escolar, serve como um primeiro passo para driblar o sedentarismo e inserir as crianças e os adolescentes numa rotina de valorização e inclusão da atividade física em sua rotina.
2) Gol de placa: desenvolver espírito de equipe, respeito ao outro e trabalho em grupo
Seja um esporte coletivo ou individual, uma coisa é certa: Não existe campeão sem trabalho em equipe. A importância do esporte na escola ultrapassa os limites da saúde e transmite ensinamentos valorosos para a convivência em sociedade e para o sucesso profissional.
O esporte – especialmente os coletivos – ensina que a união e o espírito de equipe são fundamentais para garantir bons resultados quando os desafios vêm à tona, sejam eles dentro de uma quadra ou em um grupo de estudo ou de trabalho.
Dentro do ambiente escolar, o trabalho em grupo estimulado pelas atividades físicas é uma forma de aproximar alunos, construir vínculos de amizade e parceria, bem como de desenvolver a empatia, o respeito, a ética nas relações e a união, valores de grande importância na vida do indivíduo, na infância e na vida adulta.
3) Fair play – competir com ética, respeito e amizade
A prática esportiva aborda o respeito ao adversário, o fair play, o respeito às regras do jogo (em quadra, no campo e na vida) e os valores éticos.
4) Relação com o corpo e autoconhecimento
O esporte também pode contribuir no autoconhecimento, lançando luz para olhar pra si mesmo, seus gostos, suas habilidades, suas fortalezas e fragilidades. Permite também um olhar mais atento ao corpo e suas demandas.
5) Disciplina e a responsabilidade
A importância da prática do esporte no ambiente escolar passa, também, pela capacidade das modalidades esportivas de transmitir noções de disciplina e responsabilidade nas crianças e nos adolescentes.
6) Brincadeira, lazer, integração e diversão
O esporte cria no ambiente escolar mais uma alternativa de convívio social, de brincar junto, de tornar o desenvolvimento de habilidades e o aprendizado mais lúdico e dinâmico.
Vale o alerta
– De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 81% dos adolescentes com idade entre 11 e 17 anos não realizam uma carga satisfatória de exercícios físicos em suas rotinas.
– De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as Américas possuem a maior taxa de obesidade do mundo. Ao todo, 62,5% dos adultos e 33,6% das crianças e adolescentes na região estão com sobrepeso ou obesidade. E quatro em cada 10 pessoas não realizam uma atividade física que seja de benefício para a saúde.
– A OPAS e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana para todos os adultos, incluindo quem vive com doenças crônicas ou incapacidade, e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
– A prática de atividade física regular é fundamental para prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, bem como para diminuir os sintomas de depressão e ansiedade, reduzir o declínio cognitivo, melhorar a memória e exercitar a saúde do cérebro.
– Estima-se que até 5 milhões de mortes por ano no mundo poderiam ser evitadas se a população global fosse mais ativa.