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Prefeito de Cachoeiro lamenta perdas e destaca solidariedade após enchente

Os trabalhos de limpeza ainda seguem pela cidade, que tenta, aos poucos, retomar sua rotina. O comércio permanece de portas fechadas e alguns serviços públicos ainda estão comprometidos

Foto: Divulgação

O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB), está entre os desalojados da enchente, que atingiu o município no último sábado (25). Desde o dia fatídico para a cidade, ele tem percorrido o comércio e as residências atingidas na sede e nos distritos, para levar ajuda para quem precisa.

Em sua residência, localizada no bairro Baiminas, a água atingiu 1,5 metros e destruiu vários bens. Desde então, ele, a esposa e os dois filhos estão na casa da mãe, que mora no segundo andar do prédio. O bairro foi um dos mais atingidos pela enchente da sede do município.

“Sim, tive perdas. Pessoais e como cidadão. As perdas pessoais a gente trabalha pra recuperar. Noites de sono seguidas sem dormir, a gente descansa depois. O banho gelado de caneca por conta da falta de água momentânea vai ficar na memória. Aliás, várias lembranças que não vão sair mais da nossa memória. Sou apenas mais um na estatística dos desalojados…”, escreveu.

Quase 500 lojas foram atingidas no município, e o prejuízo no comércio beira os R$ 100 milhões. Os estragos em toda a cidade ainda estão sendo contabilizados e o prefeito decretou Estado de Calamidade Pública na última segunda-feira (27).

Quatro dias após a maior enchente da história de Cachoeiro, Victor Coelho escreveu um texto lamentando as perdas na cidade e destacando a solidariedade dos cachoeirenses no momento difícil.

Confira o texto na íntegra!

Cenário de pós-guerra

Foto: Divulgação

Às vezes, uma tragédia nos ensina várias lições. A ficha ainda não caiu. Para mim e para muitas outras pessoas que tiveram perdas.

Sim, tive perdas. Pessoais e como cidadão. As perdas pessoais a gente trabalha pra recuperar. Noites de sono seguidas sem dormir, a gente descansa depois. O banho gelado de caneca por conta da falta de água momentânea vai ficar na memória. Aliás, várias lembranças que não vão sair mais da nossa memória. Sou apenas mais um na estatística dos desalojados…

As perdas como cidadão são as que mais machucam. Como não chorar ao ver a marca da água na Casa dos Braga e no Centro Operário? Como não chorar ao ver os livros da biblioteca do Guimarães Rosa jogados no lixo? Como não chorar ao ver o piano do Teatro Municipal coberto de lama? Como impedir a lágrima de descer ao ver sua cidade destruída? Alma em frangalhos….

Mas no meio do caos ergue-se a esperança! Caminhando pelo centro da cidade percebi no olhar das pessoas um brilho diferente. Sentimento de companheirismo! Não faltou uma mão voluntária desconhecida para ajudar na limpeza. Não faltou um copo d’água no momento de sede. Não faltou um abraço quando bateu o cansaço. Não faltou solidariedade…

É nessas horas que a gente conhece o verdadeiro caráter das pessoas. É nessas horas que o cachoeirense passa a olhar sua cidade com o olhar apaixonado de Rubem, de Deusdedit. É nessas horas que eu tenho certeza que aqui é o meu lugar e eu não troco por nenhum lugar do mundo!

Te amo, Cachoeiro!