A greve dos professores da rede municipal de Vitória completa 25 dias nesta sexta-feira (20). A Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) alega que só volta a negociar com a categoria quando os professores retomarem as atividades normais.
A paralisação dos professores de Vitória começou no dia 26 de março. A pauta de reivindicações, apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), possui pontos como 28% de reajuste salarial, correspondente às perdas provocadas pela inflação e a retomada do plano de carreira que, segundo o sindicato, está congelado desde 2016.
O procurador geral de Vitória, Ruben Francisco, afirma que todas as reivindicações foram atendidas, menos a reposição de 28%. “Esse ponto específico, em um percentual desse patamar, fica inviável do ponto de vista econômico. E isso estava sendo conversado e demonstrado com estatísticas e fatos. Inclusive, em 2015 e 2016 o município teve frustração de receita, arrecadou menos que o previsto no orçamento… Tudo isso estava sendo colocado e, dentro de toda essa discussão, o que era possível atender, foi atendido”, diz.
A greve foi mantida após uma assembleia realizada nesta sexta-feira. Segundo o sindicato da categoria, cerca de 700 pessoas participaram da reunião e decidiram continuar a paralisação. Uma nova assembleia já foi marcada pelo Sindiupes para a próxima quinta-feira (26). Os professores devem se reunir mais uma vez, para reavaliar se continuam ou não em greve.
O sindicato afirma que cerca de 60% das escolas aderiram à greve. A Prefeitura de Vitória diz que a adesão foi de 20%, sendo que algumas unidades estão funcionando parcialmente. Segundo o procurador, professores grevistas terão o ponto cortado e, caso a paralisação dure mais do que 30 dias, o profissional pode ser desligado.
No dia 2 de abril, o Tribunal de Justiça do Estado (TJES) declarou a greve ilegal. O Sindiupes informou que já apresentou defesa e aguarda a decisão da Justiça. Segundo o procurador do município, o diálogo foi suspenso pelo próprio sindicato. O município só volta a negociar se os professores voltarem a trabalhar.
O diretor do Sindiupes, Paulo Loureiro, informou que, até o momento, o sindicato não foi procurado pela prefeitura para um possível diálogo e a greve só será suspensa quando uma proposta de negociação for apresentada. Ainda de acordo com o sindicato, existe um planejamento para que todas as aulas sejam repostas após o período de greve.