Mais uma grande manifestação contra a presidente Dilma Rousseff está marcada para o dia 12 de abril em todo o País, mas aqui no Espírito Santo a data também coincide com um dos dias da tradicional Festa da Penha, que acontece em Vila Velha. E mesmo com a recomendação do defensor público Carlos Eduardo Rios Amaral para barrar o protesto, que está marcado para acontecer na Praça do Papa, as manifestações e a festa vão acontecer independentes uma da outra.
A Prefeitura de Vila Velha em nota informou que a manifestação não irá atrapalhar a programação da Festa da Penha, e que a segurança e o trânsito terão a mesma estrutura do ano passado.
O defensor público Carlos Eduardo Rios do Amaral teme que não haja segurança suficiente para atender dois grandes eventos ao mesmo tempo. “Será preciso aparato policial para a romaria dos motociclistas, Bombeiros e Samu para acompanhar outras romarias que acontecem durante o dia. Essas reivindicações não podem ser agendadas com celebrações já consagradas há séculos como é a Festa da Penha que acontece desde 1571”, explicou Rios do Amaral.
Para Rios do Amaral os líderes das manifestações devem estudar as peculiaridades nacionais e regionais e as datas para que não aconteçam esse conflito. A Festa da Penha é a terceira maior festa religiosa do País e fiéis de todos os lugares participam das romarias. “Eu não estou impondo, estou recomendando para segurança e bem estar dos fieis e dos manifestantes que tem razão de ocupar as ruas”, declarou o defensor.
O representante do Movimento Brasil Livre, responsável também pelas manifestações, Washington Olimpio, afirma que a manifestação do dia 12 de abril irá acontecer de qualquer maneira, e que a data segue um calendário nacional. “Quem vai para a Festa da Penha vai mais cedo e no fim da tarde irá para a manifestação, fazer parte da festa da democracia. A população não é 100% católica”, enfatizou.
O Governo do Estado, procurado por meio da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) não quis se manifestar sobre o assunto. Já a Prefeitura de Vitória em nota respondeu que irá analisar a recomendação da Defensoria Pública sob o enfoque legal, considerando o que dispõe o artigo 5º, em seus incisos IV e XVI da Constituição Federal: IV – é livre a manifestação do pensamento; XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Em nota publicada no site da Arquidiocese de Vitória Dom Luiz Mancilha garantiu que não será feito nenhum tipo de solicitação para mudança da data da manifestação. “Nós não vamos mudar nada. Não há nada contra os protestos, eu espero que os organizadores façam, com a devida liberdade, em um local que não nos prejudique. Nós vamos celebrar a nossa fé e esperamos ser respeitados”.