O professor Wemerson da Silva Nogueira, da Escola Estadual Antônio dos Santos Neves, em Boa Esperança, está entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize, considerado o Prêmio Nobel da Educação. Segundo a organização, ele foi escolhido entre milhares de candidatos de 179 países.
Apenas 37 nações estão representadas entre os finalistas. O vencedor será anunciado em março do ano que vem, em Dubai, e receberá US$ 1 milhão.
A iniciativa vai premiar o educador que tenha alcançado excelentes resultados com projetos desenvolvidos em sala de aula e que resultaram na melhoria das notas ou frequência dos alunos na escola, com ações em prol da comunidade, projetos voltados à tecnologia, entre outros atributos.
Para o professor Wemerson foi uma grata surpresa a sua indicação:
“Fiquei muito feliz com a notícia de estar entre os 50 finalistas. Esse ano foi muito especial para mim. Conquistei quatro prêmios importantes com os projetos que desenvolvi em sala de aula. Me sinto orgulhoso da profissão que escolhi e na qual estou colhendo bons frutos. Cada uma dessas premiações é muito importante para minha caminhada. Nunca imaginei que aos 26 anos e com cinco anos de atuação já pudesse conquistar tantos prêmios. É muito gratificante.”
A premiação Global Teacher Prize é uma das maiores do planeta e destaca a importância da profissão de educador e simboliza o fato de que professores em todo o mundo merecem ser reconhecidos e celebrados
Os dez finalistas vão ganhar um convite para participar do Global Education and Skills Forum 2017, em Dubai, no dia 19 de março do ano que vem. O vencedor da iniciativa ganha um prêmio no valor de US$ 1 milhão, concedido ao professor excepcional que tenha feito uma contribuição extraordinária para a profissão.
Educador do ano
A 19ª edição do Prêmio Educador Nota 10 deu ao professor capixaba o título de “Educador do Ano” de 2016. A premiação aconteceu em outubro deste ano.
Lecionando as disciplinas de Ciências e Química na Escola Estadual Antônio dos Santos Neves, no município de Boa Esperança, Noroeste capixaba, o professor venceu com o projeto “Filtrando as lágrimas do Rio Doce”, que trata da contaminação do rio com o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais.
Conheça o professor
Wemerson estudou ciências biológicas e tornou-se professor pouco depois. Sua primeira escola era em um subúrbio com uma taxa de criminalidade muito alta que envolveu os pais dos alunos, e em muitas ocasiões os próprios alunos, no tráfico de drogas e violência.
Ele notou que muitos estavam desmotivados, a taxa de abandono escolar era alta em 50% e os estudantes não estavam interessados em aprender. Ele convidou os professores e os gestores para melhorar a visão da escola, junto com a comunidade local, com a qual eles trabalharam em um projeto social intitulado: “Jovens Cientistas: Projetando um Futuro Novo”. Este projeto trabalhou na melhoria do comportamento dos alunos dentro da escola, mostrando que a escola é o melhor lugar para se tornar bons cidadãos.
A fim de criar um método dinâmico para o ensino de aulas de ciências, ele também decidiu adicionar canções de paródia ao conteúdo do currículo, a fim de tornar as aulas mais dinâmicas. Através de todas essas atividades, a escola conseguiu resgatar 90% dos estudantes do mundo da droga e da criminalidade em um período de quatro anos. Hoje é considerada a melhor escola da cidade e contribuiu para a redução do tráfico e da violência de drogas em 70% em uma comunidade que antes era marginalizada e temida por todos os moradores.
Em 2014, o trabalho de Wemerson foi reconhecido com o prêmio Sedu Boas Práticas pela inovação em sala de aula. Além disso, os projetos ambientais do Wemerson lhe renderam o Prêmio Educador Nota 10, que é entregue aos 10 melhores professores do Brasil. Com os fundos do prêmio que ele iria ajudar os alunos que são financeiramente prejudicados, treinar professores, continuar seus próprios estudos e construir um laboratório de ciência e tecnologia em sua cidade natal.