O Centro Prisional Feminino do município de Cachoeiro de Itapamirim (CPFCI), no Sul do Espírito Santo, inaugurou um alojamento materno-infantil para mães internas durante a última terça-feira (7). A iniciativa visa humanizar e proteger a primeira infância na unidade.
O espaço possui um quarto com decoração infantil, estantes, armário, berços e camas, além de uma sala de amamentação e brinquedoteca. Banheiros e outros estalamentos também estão inclusas para melhor acomodação e desenvolvimento dos bebês.
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O projeto da Secretaria da Justiça (Sejus) foi organizado pela diretora do CPFC e coordenadora do Núcleo de Proteção à Primeira Infância do Sistema Prisional capixaba, Graciele Sonegheti.
Além de Sonegheti, a arquiteta voluntária Suellen Bellucio atuou como parceira ao lado da empresa Grão de Gente.
“Todas as crianças precisam de cuidados específicos para que não haja dano ao desenvolvimento infantil e, no sistema prisional, isso não pode ser diferente. Sabemos que essas crianças já são expostas a condições de risco por estarem neste ambiente, por isso ações de proteção precisam ser implementadas”, afirmou Graciele Sonegheti.
“Como arquiteta, tenho a honra de participar de um projeto que transforma vidas. Por meio de um design e uma criação de espaços humanizados, buscamos estimular a maternidade carinhosa e saudável, proporcionando um ambiente acolhedor e seguro. Ver o sorriso no rosto dessas mães e o desenvolvimento saudável dos bebês é extremamente gratificante”, destacou Suellen Bellucio.
Segundo André Garcia, secretário de Estado da Justiça, o plano é que a iniciativa de humanização do Alojamento Materno-infantil seja aplicado em todas as unidades prisionais femininas do Espírito Santo.
“A proposta é replicar o projeto em todas as unidades femininas do Estado. Uma experiência exitosa do Centro Prisional Feminino de Cariacica, que agora abarca a unidade feminina de Cachoeiro de Itapemirim e que também será implantado no Centro Prisional Feminino de Colatina”.
Veja fotos:
Lei de Execuções Penais (LEP)
A respeito das crianças nascidas em unidades prisionais, a Lei de Execuções Penais (LEP) permite a permanência dos bebês no local pelo tempo mínimo de 6 meses.
Quem decide sobre a guarda provisória dos menores é o Poder Judiciário.
Para a juíza da Vara de Execução Penal de Cachoeiro de Itapemirim, Rosalva Nogueira Santos, o espaço possui uma função primordial da ressocialização das internas.
“Esse espaço é algo revolucionário, onde as reeducandas têm a oportunidade de se manter com seus filhos até os seis meses de vida em um ambiente adequado e humanizado, separado das celas. Essas crianças precisam de um ambiente humanizado para a amamentação, para o seu crescimento e desenvolvimento. É também uma oportunidade de repensar um projeto de vida e para que as reeducandas saiam daqui com o desejo de cuidar dos seus filhos, do futuro da nossa sociedade”.
A arquiteta voluntária Suellen Bellucio pontuou que a proposta do projeto é proporcionar um ambiente acolhedor, que estimula o cuidado e a maternidade.
Relatos
Quem também experimentou o espaço foi a interna Yasmin, mãe de Any, de cinco meses.
“Aqui, estamos em um lugar bonito, organizado e temos tudo que precisamos. Tenho a oportunidade de amamentar minha filha, dar banho e ficar com ela o tempo todo. Isso me faz pensar em mudar de vida, em tomar uma atitude para cuidar da minha família quando sair daqui”, afirmou.
“Maternar e Brincar”
Além dos novos recursos, a unidade também irá receber o projeto “Maternar e Brincar”, o qual já foi implementado em Cariacica.
Com foco nas crianças que visitam as mães custodiadas, a iniciativa visa promover boas memórias, com base no marco legal da primeira infância.
Para isso, o projeto inclui escorregadores, tapetes de recreação e vários brinquedos destinados.