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Primeira etapa do inquérito sorológico começa nesta quarta-feira; confira as outras datas

Ao todo, cerca de 32 mil capixabas, em 19 municípios, deverão ser testados durante as quatro etapas, que serão realizadas a cada 15 dias

Foto: TV Vitória

A partir desta quarta-feira (13), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) dará início ao inquérito sorológico, cujo objetivo é descobrir o percentual de pessoas que já tiveram contato com o novo coronavírus no Espírito Santo. Para isso, será realizada, em 19 municípios capixabas, uma testagem em massa, que será dividida em quatro etapas, a serem realizadas a cada 15 dias.

Os agentes de saúde vão sortear algumas residências e convidar um membro da família para fazer o teste. Ao todo, cerca de 32 mil pessoas de todo o estado participarão do inquérito sorológico.

A primeira etapa das testagens terá início nesta quarta-feira e segue até sexta (15). A segunda começa no dia 27 e termina no dia 29 deste mês. A terceira será de 8 a 10 de junho, e a quarta, de 22 a 24 de junho. Em pronunciamento na última segunda-feira (11), o governador Renato Casagrande disse que a intenção é testar entre 5 mil a 6,5 mil pessoas por etapa.

Para a realização do inquérito, será utilizado o teste sorológico, que é o teste rápido, para detecção de anticorpos para a covid-19. A previsão é que o resultado saia em 15 minutos. O teste é semelhante ao realizado em farmácias. A diferença é o que vai ser feito com os resultados.

Mesmo com a margem de erro existente nesse tipo de teste rápido, a quantidade feita será suficiente para a Secretaria da Saúde chegar a uma amostragem estatística e, assim, ter em mãos uma valiosa informação: qual o percentual da população capixaba que já foi infectada pelo novo coronavírus, mesmo sem apresentar sintomas.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, diz que essa base de dados servirá para definir melhor as estratégias e ações de enfrentamento à covid-19 no Espírito Santo. A pesquisa vai durar dois meses e os testes serão feitos a cada 15 dias, numa amostragem que vai representar todas as regiões do Espírito Santo.

“Em cada uma dessas cidades tem setores censitários, que foram escolhidos. E no setor, nós vamos sortear as casas que vão ser visitadas. Nessas casas, se tiver mais de um morador, será feito o sorteio do morador que fará o teste. Se o teste do morador for positivo, nós vamos fazer o teste nas demais pessoas da família. Se não for positivo, encerra ali o inquérito. Depois de apurados todos esses resultados, nós vamos saber qual a região onde a epidemia já passou com mais intensidade e onde ela ainda não passou”, ressaltou Reblin.

A infectologista Filomena Alencar, que fez parte da equipe que elaborou o trabalho, disse que a pesquisa vai garantir dados mais reais, já que atualmente as estatísticas se baseiam somente no número de internações.

“Além de a gente verificar a força de transmissão, vai ser verificado também a questão da prevalência de assintomáticos, porque nesse inquérito nós vamos verificar vários sintomas que são atribuídos à covid-19, paralelamente à avaliação com o teste sorológico, que é o teste rápido”, frisou.

Para a também infectologista Rúbia Miossi, saber qual percentual da população teve contato com o vírus é importante, por exemplo, para definir qual o melhor momento de relaxar as regras de isolamento.

“Selecionar aleatoriamente pessoas na comunidade que podem ter tido contato com o vírus e não souberam ajuda a gente a criar um estudo estatístico, epidemiológico, para saber se essa população já teve contato com o vírus ou não. Quanto mais gente ter contato com o vírus, nesse tipo de estudo epidemiológico, mais significa que as pessoas podem estar criando imunidade, e aí se torna mais seguro liberar comércio, transporte público, e a vida ir retornando ao normal”, destacou.

No entanto, ela ressalta que o teste não vai fazer diagnóstico da doença, nem definir se quem já se contaminou está imune. “Não é dizer para essas pessoas agora, neste momento, que quem já está positivo ainda está transmitindo o vírus ou quem já está positivo não vai pegar mais o vírus. A gente ainda não tem condição de fazer esse tipo de afirmação neste momento”, esclareceu.

Luiz Carlos Reblin explica que os agentes que vão visitar as casas já são do Município e conhecidos das famílias e comunidades. “Os pesquisadores vão estar identificados e, normalmente, vão estar acompanhados por alguém do Município: ou agente comunitário ou agente da dengue, alguém que você já conhece e que vai facilitar o acesso, para que a gente responda esse inquérito”.