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Professor da Ufes acusado de racismo poderá responder a novo processo administrativo

A Comissão de Inquérito da universidade recebeu uma denúncia de que Manuel Malaguti teria estacionado o carro em frente à rampa de acesso de um prédio na instituição

Manuel Malaguti é acusado de dar declarações racistas em plena sala de aula Foto: Reprodução Facebook

O professor Manoel Malaguti, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), poderá responder a um novo Processo Administrativo Disciplinar (PAD), dessa vez por estacionar o carro em local proibido, dentro da universidade. Ele já responde a outro processo, que investiga supostas declarações racistas que teriam sido ditas pelo professor.

O prazo para a Ufes apresentasse as conclusões sobre o processo relativo ao racismo se encerrou nesta quinta-feira (16). No entanto, segundo a universidade, a reitoria ainda não recebeu o parecer da comissão que está analisando o PAD.

A Ufes, no entanto, informou que a reitoria recebeu, na última terça-feira (14), um parecer da Comissão de Inquérito com indicação de abertura de processo administrativo para investigar o suposto estacionamento irregular.

“Recebemos uma denúncia de um aluno cadeirante, que informou que havia um carro bem em frente à rampa de acesso de um dos prédios da universidade. E esse veículo é justamente do professor”, explicou o presidente da Comissão de Inquérito da Ufes, Júlio Pompeu.

Segundo Pompeu, o fato aconteceu no final do ano passado, mais ou menos na época das denúncias de racismo contra Malaguti. Ele havia chegado à universidade para dar aula, no período da noite.

Racismo

Malaguti foi denunciado por alunos da Ufes por ter dito, em sala de aula, que “detestaria ser atendido por um médico negro ou advogado negro” e que o nível intelectual da Ufes reduziu-se com a presença de negros cotistas. Após ter sido aberta sindicância contra o professor, ele foi suspenso por 30 dias. No entanto, mesmo afastado, Malaguti continuou recebendo seus salários.

Em março deste ano, o professor voltou a lecionar na universidade. Na ocasião, estudantes realizaram um protesto em plena sala de aula. Em entrevista ao Folha Vitória, o professor afirmou que não estava arrependido pelas declarações.

Estudantes da Ufes prometem realizar uma plenária, nesta sexta-feira (17), às 16 horas, na reitoria para cobrar os resultados da investigação do processo administrativo contra o professor.