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Professores capixabas ficam retidos no Peru após protestos no país

Os irmãos David e Bárbara Silva estão impedidos de viajar por conta das manifestações realizadas contra o governo da atual presidente, Dina Boluarte

Foto: Leitor/whatsapp

O que era para ser uma viagem de férias se tornou um grande pesadelo. Os professores capixabas David da Silva Barbosa e Bárbara Silva, que são irmãos, estão sem conseguir sair de Cuzco, cidade do Peru, país localizado na América do Sul, após protestos contra a presidente Dina Boluarte fecharem as estradas e suspenderem os transportes.

Em entrevista ao Folha Vitória, os professores da rede estadual explicaram que saíram do Brasil no dia 27 de dezembro, passaram pela Bolívia, iriam para o Peru, de onde partiriam nesta sexta-feira (13). Após a ação, seguiriam até Santiago, no Chile. Entretanto, com a situação, não sabem quando voltam para casa. 

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As manifestações estão acontecendo principalmente em cidades como Lima, Cuzco, Arequipa e Puno. Os atos pedem novas eleições no país e a renúncia de Dina Boluarte, que assumiu o poder após o ex-presidente Pedro Castillo ser preso por tentar um golpe de Estado. Até momento, 48 pessoas já morreram. 

Com dinheiro acabando, diversas barricadas pelas ruas, atos violentos e comércios fechados, os capixabas pedem para que alguma ajuda ou resgate seja feito para que consigam retornar até Vitória. 

“O que era para ser uma viagem perfeita que estávamos planejando há anos se tornou um verdadeiro pesadelo. Até o momento que fomos para Cuzco, não tivemos problemas. Mas, depois da visita em Machu Picchu, nos contaram que a empresa que realizava o trajeto não realizaria o retorno até a capital do país”, descreveu David.

Durante o momento em que estavam na cidade, entre algumas das situações desesperadoras vividas pelos irmãos, pode ser citada a preferência que foi dada para os peruanos durante as viagens pelo país. 

De acordo com David, em uma das estações de transporte, uma companhia de ônibus estava dando preferência para os nativos peruanos de transitarem no meio de transporte. 

“Na cidade de Aguas Calientes, a empresa responsável os levou de trem até o local, mas após os acontecimentos, o trens foram cortados para o retorno até Cuzco. Não levaram ninguém de volta, não temos previsão de retorno, estamos em situação de calamidade”, disse David, em vídeo divulgado. 

Nos momentos que viveram no país, os irmãos também tiveram que percorrer quilômetros a pé, pois após pegar trens, turistas são deixados no meio do percurso. 

“Isso aconteceu porque as cidades estavam com várias barricadas, tudo estava bloqueado, uma situação muito alarmante. As nacionalidades estão correndo risco de vida, não apenas brasileiro, alemães, argentinos”, afirmou

A reportagem do Folha Vitória entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, para saber se alguma assistência para garantir a segurança foi dada até o momento e se há previsão de retorno. A matéria será atualizada assim que a resposta for enviada. 

O que está acontecendo no Peru? 

Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança deixaram 48 mortos no Peru até esta quinta-feira (12). As manifestações começaram depois que o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo, no dia 7 de dezembro. 

Castillo foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses. Após a ação, a vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.

Os participantes das ações querem a renúncia da vice-presidente, o fechamento do Congresso, uma nova Constituição e a libertação de Castillo. Durante as ações, eles fecharam as rodovias e invadiram os aeroportos. As forças de segurança estão reprimindo os protestos com grande violência. 

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