O Projeto Caiman, inovador em pesquisa de conservação dos Jacarés-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) no Espírito Santo, conseguiu registrar um dos momentos mais raros da natureza: o nascimento de um filhote.
Este foi o primeiro nascimento de um Jacaré-de-papo-amarelo, animal símbolo da biodiversidade capixaba e da conservação da Mata Atlântica, documentado em imagens no Estado. A equipe envolvida no projeto conseguiu captar todo o processo, dos primeiros movimentos dentro do ovo até a eclosão.
Coordenador do projeto, Yhuri Nóbrega, afirma que as imagens são extremamente raras de serem obtidas na natureza. O registro aconteceu na região da Barra do Jucu, em Vila Velha, e teve duração de aproximadamente 5 horas. Repleto de beleza, o nascimento do filhote serve de alerta para uma maior empatia da sociedade com a biodiversidade.
O pesquisador aponta que o animal é fundamental para a manutenção da saúde e equilíbrio dos ecossistemas nos quais estão inseridos. “A maior parte deles está em uma área de preservação dentro da ArcelorMittal, que guarda aproximadamente 350 animais. Para efeito comparativo, na Reserva Biológica de Sooretama, existem apenas 14 espécimes”.
Nascimento
A cópula dos jacarés é feita dentro da água e a postura realizada em ninhos construídos próximo à água, com folhas secas e areia. Aproximadamente dois dias antes da eclosão, os filhotes já emitem sons, ainda dentro dos ovos. Os filhotes, ao longo do processo, desenvolvem uma espécie de martelo no final do focinho que tem exatamente a função de quebrar o ovo.
Risco
Localizados em refúgios ecológicos em todo o Espírito Santo, os Jacarés-do-papo-amarelo continuam sendo categorizados como animais em risco. Muito em razão da ação contínua de caçadores, dos avanços da poluição e da forte seca que atinge o Estado.
Confira o vídeo do projeto: