Um livro que reúne cartas de mulheres vítimas de violência foi lançado na última quarta-feira (15) e faz parte do projeto “Cartas à Maria da Penha”, que ajuda mulheres em situação de vulnerabilidade social e que já sofreram ou presenciaram abusos.
A ideia nasceu sob o estigma do Espírito Santo ainda ser um dos Estados brasileiros que mais matam em razão do gênero, em um panorama que conta com mais de 58 registros diários de violência doméstica contra a mulher. O lançamento do livro foi realizado no Salão Nobre Emiliana Vieira Emery, na Assembleia Legislativa (Ales).
O projeto nasceu da inquietação de Daniela Barreto Andolphi com o alto índice de mulheres vítimas de violência familiar da Grande Terra Vermelha, no município de Vila Velha.
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Ao buscar alternativas para atender estas mulheres, Dani, como é conhecida na região, idealizou e elaborou o projeto, por meio de emenda parlamentar e parcerias entre gerência de políticas para as mulheres e a Bem Brasil.
O projeto acontece em uma sala do Centro de Referência das Juventudes (CRJ) de Terra Vermelha, com o objetivo de realizar o atendimento de 25 mulheres, moradoras da região, em situação de vulnerabilidade social e que já sofreram ou presenciaram violência doméstica, por meio de ações que promovem a partilha, a participação, a formação e as expressões do gênero, com foco no protagonismo.
Para o desenvolvimento das ações, foram realizadas três oficinas:
• oficina de cidadania: para trabalhar a auto-imagem das mulheres, com vistas ao aumento da autoestima;
• oficina de arte, cultura e literatura
• oficina de escrita criativa
Dentro das oficinas foram realizadas ações que permitiram a produção de cinco peças de arte que expressaram os momentos das violências sofridas e da superação.
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São resultados do projeto a possibilidade da garantia dos direitos por meio do conhecimento específico da Lei Maria da Penha, bem como o fortalecimento da autoestima daquelas que ainda não haviam se reestabelecido ao passar pelo processo de violência e a reflexão das possibilidades futuras para aquelas que romperam o ciclo.
O projeto foi um convite aceito por mulheres guerreiras e sobreviventes, que tiveram a possibilidade de, juntas, legitimarem a própria identidade.
* Com informações da repórter Suellen Araújo para a TV Vitória | Record TV