As mães que procuraram atendimento para seus filhos nesta terça-feira (29) no Pronto Atendimento Infantil (PAI) de Cachoeiro de Itapemirim encontraram as portas fechadas. O Hospital Infantil Francisco de Assis (HIFA) suspendeu os serviços alegando excesso de demandas.
Segundo o superintende do HIFA, Jailton Pedroso, as mães estão procurando o PAI exageradamente por questões sensíveis de seus bairros. “O atendimento foi suspenso e as mães foram direcionadas para o Pronto Socorro dada uma superlotação de domingo e segunda-feira. Se mantivéssemos o atendimento hoje, teríamos que mandar crianças para Vitória, por questões da atenção básica”, explica.
Jailton ressaltou que a resposta definitiva sobre o funcionamento do PAI sairá nesta quarta-feira (30), após uma reunião da diretoria do hospital.
“Por enquanto, a paralisação é momentânea, mas amanhã vamos decidir se permanecerá fechada. A suspensão do rotativo pesa na continuidade dos trabalhos. Boa parte dos recursos vinha do rotativo. Perdemos um pouco de recurso e isso também afeta os serviços”, completa o superintendente.
Repasse e convênio
O PAI recebe mensalmente repasse da Prefeitura de Cachoeiro, garantido através de convênio. Anualmente, o repasse para a unidade é em torno de R$ 3,120 milhões. Através de nota, Prefeitura disse que as medidas cabíveis para retornar o atendimento serão tomadas e o HIFA foi notificado.
“O fechamento do Pronto Atendimento Infantil (PAI) é uma decisão unilateral do Hospital Infantil de Cachoeiro (HIFA). Os repasses da prefeitura, garantidos por meio de convênio, estão em dia. Por isso mesmo, nesta terça-feira (29), o município notificou o HIFA, para que o atendimento seja retomado e o contrato, cumprido. É importante esclarecer que unidades básicas de saúde oferecem consultas pediátricas eletivas, que precisam ser agendadas previamente.
Já o PAI atende os casos de urgência e emergência, aqueles que precisam de atenção imediata. Para isso o convênio é firmado. E funciona assim há anos. O aumento da procura pelo PAI é o motivo alegado pelo hospital para suspender o serviço. Porém isso é algo que pode acontecer em determinados momentos, por razões que precisam ser identificadas e tratadas. Não é prudente optar pela suspensão de um atendimento tão importante para a população, sem comunicar a prefeitura com a antecedência exigida e sem que haja uma avaliação das circunstâncias. Tomaremos as medidas cabíveis para que esse impasse seja solucionado”, diz a nota.
Ainda, de acordo com a nota, a’ prefeitura aguarda do Hospital Infantil um posicionamento em relação ao convênio atual e está aberta a dialogar para garantir o atendimento’.
Atendimento
Hoje a prefeitura oferece atendimento pediátrico nas unidades de saúde dos seguintes bairros, das 7h às 16h: BNH de Cima, Nossa Senhora da Penha, Otto Marins/Zumbi, Centro Municipal de Saúde Bolívar de Abreu, Novo Parque e Aeroporto. Os casos de urgência e emergência são referenciados no PAI.
As unidades que oferecem atendimento pediátrico com agendamento são: BNH de Cima, Nossa Senhora da Penha, Otton Marins, Zumbi, Novo Parque, Aeroporto e Centro Municipal de Saúde Bolívar de Abreu.
Pronto Atendimento
O Pronto Atendimento Infantil “Dr. Gilson Caroni” (PAI) foi inaugurado em 29 de setembro de 2006, com objetivo de oferecer um atendimento mais humanizado à população e, consequentemente, desafogar o Hospital Infantil Francisco de Assis (Hifa), que recebe crianças de Cachoeiro de Itapemirim e de todo sul do Espírito Santo.
A unidade foi implantado para atender a população infantil do SUS, realizando consultas de baixa gravidade, tais como: febre alta e persistente, vômitos frequentes, diarreia, urticária, crise de bronquite, dentre outros. Desde sua inauguração, o PAI atende, em média, 150 crianças por dia. A unidade também possui uma enfermaria, para permanência de pacientes em observação, nos casos de curta duração, e, além do serviço de pronto atendimento, oferece também serviços ambulatoriais especializados, como: Ortopedia, Hematologia e Fisioterapia.
Impasse do rotativo
Com a suspensão do estacionamento rotativo na última semana, após uma determinação do Ministério Público, o HIFA já tinha comunicado que os serviços poderiam ser comprometidos. Dos R$ 130 mil brutos arrecadados pelo rotativo, R$ 60 mil eram destinados para o PAI e para a UTI do Infantil.
Além da arrecadação de recursos, o HIFA demitiu 65 funcionários que trabalhavam nas ruas e na parte administrativa do rotativo, e terá que arcar com R$ 200 mil de rescisões trabalhistas.
Na segunda-feira (28), alguns ex-funcionários do rotativo protestaram na Praça Jerônimo Monteiro, no centro de Cachoeiro. Nesta terça (29), os ex-funcionários seguiram para a Câmara Municipal e depois foram para às ruas protestar pelo fim da cobrança do estacionamento. “Tenho quatro filhos e preciso desse emprego. Queremos o rotativo de volta”, comenta uma ex-funcionária.