Conhecimento “fora da caixa”: Escola Monteiro oferece eletivas que envolvem e capacitam estudantes
Projetos, estudos do meio e cultura maker também tornam o aprendizado mais efetivo e palpável.
Os conteúdos ministrados em cada série da trajetória escolar são estabelecidos em documentos formais e valem para todas as instituições de ensino. A forma de ministrar, aplicar e envolver os alunos nesse processo de aprendizagem é que vai diferenciar as escolas que, cada vez mais, tentam ir além do óbvio, tornando o aprendizado uma experiência rica, interessante e capaz de efetivamente preparar para a vida e para o futuro profissional.
É o caso da Escola Monteiro. “Trabalhamos com projetos, estudos do meio, cultura maker e uma série de outras metodologias para que o conhecimento realmente faça sentido para o aluno, estimule a curiosidade, a criatividade e a vontade de aprender e se aprofundar”, afirma a diretora pedagógica da Monteiro, Penha Tótola.
No ensino médio, além de todas as metodologias citadas, há ainda a oferta de disciplinas eletivas. “As eletivas são unidades de livre escolha dos estudantes. Elas precisam seguir quatro eixos estruturantes, que são a investigação científica, processos criativos, mediação e intervenção sociocultural e empreendedorismo”, explica o coordenador do ensino médio, Élio Serrano.
Ele informa que as disciplinas eletivas são semestrais e que, em 2023, estão sendo ofertadas quatro opções - Oratória, Saúde e Nutrição, Matemática Aplicada e Mobilidade Urbana – e os alunos escolhem qual delas cursar.
Segundo Elio, antes das mudanças estabelecidas para o ensino médio, a escola já tinha um projeto nessa mesma linha. “Chamávamos de optativas. Eram propostas fora do currículo normal oferecidas aos estudantes. A partir de 2022, lançamos esse modelo que hoje está em vigor. A cada seis meses a gente fecha uma turma e começa outra”, afirmou.
Como de praxe, o trabalho na Monteiro prevê a escuta ativa. “Antes de definir as eletivas, fazemos uma pesquisa para avaliar os campos de interesses das turmas. Depois disso, a proposta de eletiva é montada a partir das quatro áreas de conhecimento – Natureza, Linguagens, Humanas e Matemática. Somado a isso, ouvimos alunos do ano anterior e construímos a nova proposta com apoio deles. Ou seja, nem sempre serão ofertadas as mesmas disciplinas eletivas. Essa construção é coletiva e dinâmica”, diz o coordenador.
E o balanço da experiência tem sido positivo. “Os jovens gostam bastante das disciplinas. Há um aprofundamento, um envolvimento e um mergulho no conhecimento, que também é traduzido em apresentações científicas ao final do semetre”, conta.
O professor de Matemática da Monteiro, Eduardo Damiani, é responsável pela eletiva “Construindo Curvas – Matemática Aplicada”, que recria experimentos do cientista suíço Johann Bernoulli – que, inclusive, dá nome ao conceituado material didático utilizado pela Escola Monteiro no ensino médio há mais de 10 anos -, e era especialista no estudo de curvas.
“Nas eletivas, a gente constrói vários tipos de curvas que são gerenciadas por funções. Por exemplo, uma função do 1º grau é uma reta. A de 2º grau é uma parábola... Vamos construindo o material, na linha da cultura maker, a partir de uma madeira, usando ferramentas mesmo”, explica.
Ainda segundo Eduardo, a ideia é mesclar os conhecimentos matemáticos de função e geometria com competências relacionadas à área afetiva e emocional. “A gente trabalha não somente atributos científicos, como aqueles relativos à área cognitiva. É um trabalho completo e abragente, com adesão muito alta. A gente percebe a alegria e o interesse da turma”, reforça.
Já a professora Nana Bispo, que ministra as aulas de Linguagens, está responsável pela eletiva “Oratória”. Ela explica que, no primeiro momento, o projeto foi desenvolvido a partir de leituras de poemas escolhidos pela turmas e da análise de discursos de pessoas influentes do passado e da atualidade.
“Além disso, fizemos debates regrados sobre assuntos atuais e importantes, de modo a estimular a defesa de um ponto de vista e o respeito ao posicionamento do outro. Por fim, eles viveram a experiência de construir uma espécie de discurso de formatura da disciplina e apresentar a produção para colegas das outras eletivas”, afirma.
Na nova turma, iniciada no início do segundo semestre, a professora tem trabalhado usando como base jogos de RPG. “A turma ama RPG e me pediu para incluir o jogo nas aulas. Pesquisei e vi que era possível trabalhar sim, criando personagens e utilizando o improviso que é características dos discursos realizados com excelência. Ou seja, há dinamismo e escuta. É um trabalho de equipe”, reforça.
Outra eletiva que faz sucesso na Monteiro é chamada “Cidade e Soluções”, vinculada à área de Humanas e ministrada pelo professor Diogo Varejão. O projeto desenvolvido é prático, real e leva em conta a interação da escola com a comunidade. “Está sendo feito um estudo de um cruzamento viário próximo à escola. Após finalizado, o material deve ser apresentado para a Prefeitura de Vitória como uma opção de melhoria do tráfego local. O intuito da eletiva é fazer estudos viários. Medimos e fazemos contagem de fluxo de veículos e analisamos a origem e destino dos carros. A partir daí, conseguimos mapear um problema viário perto de nós: as filas de veículos durante o horário de pico, com risco de colisão e atropelamento. Após o término do projeto, vamos protocolar o estudo junto à prefeitura para buscar uma possível solução para o problema”, disse o professor Varejão.
Sempre preocupada com a saúde e bem-estar dos seus alunos, a Monteiro também oferece este semestre a eletiva “Movimento, Alimentação e Saúde”, sob responsabilidade da professora Camila Frade. “O objetivo é apostar em estudos e comportamentos em prol da qualidade de vida. A gente se baseia em neurociência e trabalha questões ligadas ao sono, ao movimento, à alimentação saudável”, explica.
A turma tem tido como parceiro o curso de Nutrição da faculdade Unisales, realizando visitas e experiências conjuntas. “Fizemos, por exemplo, panquecas utilizando aveia, ovos e banana. Esses ingredientes contêm aminoácidos chamados triptofanos, que ajudam na produção de hormônios, auxiliando a regulagem do sono. Então uma coisa auxilia a outra e eles entendem, na prática, essa interrelação”, ressalta.
Leia mais sobre o ensino médio da Escola Monteiro: https://monteiro.g12.br/alunos-da-monteiro-superam-obstaculos-da-pandemia-e-se-destacam-no-enem/
Conheça a Monteiro https://youtu.be/ZMWrQbH60mI