Algumas empresas liberam a mulher para um período de quatro meses de licença maternidade, outras estendem para seis. Existem mães que conseguem tirar o primeiro ano pós-gravidez para se dedicar exclusivamente ao filho. Os casos são variados e o fato é que a mulher que trabalha, mais cedo ou mais tarde terá de voltar às suas atividades profissionais. E se ela não tiver alguém de confiança para cuidar do filho, precisará recorrer à creche com berçário.
É aí que muitas se veem em um dilema: será que os filhos não são muito novos para a creche? O que será que eles vão fazer lá, sendo tão pequenos?
Segundo Cleonara Schwartz, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alfabetização, Leitura e Escrita do Espírito Santo (Nepales), não há uma idade ideal para as crianças irem para a creche, para a escola ou mesmo o berçário. Antes, porém, é preciso observar a rotina da própria família para saber se a creche é a melhor opção.
“É melhor uma criança ser bem assistida numa creche do que ficar em casa sendo mal assistida em termos de atenção, de estimulação, de convivência com outras crianças. A gente vê que algumas mães ficam receosas em colocar em creches porque acham que as crianças vão para lá e não têm nenhum trabalho pedagógico”, argumenta.
De acordo com Cleonara, a Educação Infantil possui proposta pedagógica até para os bebês no berçário, e para os mais velhos, com um trabalho voltado para a socialização. “Às vezes a criança vai ficar dentro de casa e não vai ter esse acompanhamento, o cuidado, esse processo de socialização com outras crianças”, explica a especialista.
Apesar de não existir idade mínima, é importante os pais terem atenção ao sistema escolar, que segue a idade e o desenvolvimento da criança para o aprendizado adequado. “Existe uma organização do sistema escolar, principalmente a educação básica, que divide as etapas pelo viés da idade, baseado na cronologia do desenvolvimento humano. O ideal é que iniciem nos períodos convencionalmente definidos pela própria organização do sistema educacional, porque marca a entrada e uma previsão da saída, mas isso não quer dizer que aqueles que não tiveram a possibilidade não possam entrar em outro momento. São diretrizes, mas alguma criança que perdeu essa idade ainda pode se inserir no processo de escolarização”, esclarece Cleonara Schwartz.