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Quase 50% dos atendimentos em hospitais estaduais não são de urgência

A Secretaria de Estado da Saúde informou que todos esses atendimentos deveriam ter sido feitos em Unidades Básicas de Saúde ou Pronto Atendimentos

As pulseiras são usadas para classificar o risco nos hospitais Foto: Divulgação

Um levantamento divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nesta terça-feira (16), apontou que grande parte dos atendimentos nos hospitais estaduais não são de urgência e emergência. Do total de atendimentos realizados em 2014, 46% deveriam ter sido feitos em Unidades Básicas de Saúde ou Pronto Atendimentos (PAs). 

De acordo com a Sesa, isso porque os atendimentos foram classificados como verde e azul, o que significa, segundo os critérios do acolhimento com classificação de risco, que eram casos pouco urgentes ou não urgentes.

Segundo a coordenadora de Urgência e Emergência da Sesa, Engre Beilke, devem ser atendidos em prontos-socorros somente casos de urgência e emergência, ou seja, pacientes que correm risco imediato de morrer, de perder a função de órgãos e membros ou de ter seu quadro agravado caso não receba assistência. 

Engre informou que a demanda inadequada nos prontos-socorros estaduais sobrecarrega o atendimento nos hospitais, e uma das causas desse problema tem relação com aspectos culturais da população.

“As pessoas têm o costume de procurar de imediato o pronto-socorro sem passar pelas unidades de saúde acreditando que, pelo fato de o hospital contar com uma estrutura maior, seu problema será resolvido com mais rapidez. No entanto, o hospital dispõe de uma estrutura mais complexa justamente porque ali devem ser atendidos casos com maior gravidade”, argumentou.

Conforme explicou a coordenadora, a demanda inadequada por atendimento que não é de urgência e emergência foi verificada em hospitais estaduais que possuem acolhimento com classificação de risco. Ela explicou que para fazer essa classificação é utilizado como instrumento o Protocolo de Manchester, que permite ao profissional classificador avaliar a queixa do paciente e, a partir do que ele relata, enquadrá-lo em uma das prioridades de atendimento, que vai desde emergência absoluta até sem urgência.

A cor vermelha significa emergência absoluta; a alaranjada, muito urgente; a amarela, urgente; a verde, pouco urgente, e a azul, sem urgência. Pelo protocolo, somente casos classificados como amarelo, laranja e vermelho estão corretamente direcionados para atendimento hospitalar, os demais podem ser resolvidos nas unidades básicas de saúde e pronto atendimento.