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Quase metade da população capixaba está acima do peso, diz Ministério da Saúde

Os dados inéditos fazem parte da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada em todas as capitais do país

Os dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira Foto: ​Divulgação

Uma pesquisa revelou que 49,7% da população adulta da capital capixaba está com excesso de peso. O estudo foi divulgado na manhã desta segunda-feira (17), pelo Ministério da Saúde.

Os dados inéditos fazem parte da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada em todas as capitais do país, no período entre fevereiro e dezembro de 2016.

Segundo a pesquisa, o crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que piora a condição de vida do brasileiro e podem até matar. Somente em Vitória, mais de 25% da população adulta têm diagnóstico de hipertensão e 9,7% desta mesma faixa etária possuem diabetes.

Em nível nacional, duas entre cada dez mulheres que vivem em capitais brasileiras estão obesas. Também nessas cidades, quatro entre cada 10 habitantes têm hipertensão e mais da metade está acima do peso. A mais recente edição da pesquisa deixa claro que o Brasil sai do quadro de desnutrição para embarcar na obesidade.

A pesquisa do Vigitel é feita por meio de entrevista telefônica, com a população das capitais brasileiras com idade igual ou superior a 18 anos. Dados do trabalho com indicadores de 2016 divulgados nesta segunda mostram que a expansão da diabetes, da hipertensão, obesidade e sobrepeso se dá na população em geral, mas de uma forma mais acentuada entre pessoas com menor escolaridade.

Com já se era esperado, o estudo revelou que a frequência dos quatro fatores de risco para doenças cardiovasculares (obesidade, sobrepeso, hipertensão e diabetes), aumenta com o passar dos anos. O que o trabalho chama a atenção, no entanto, é o que ocorre com obesidade. A prevalência do problema duplica a partir dos 25 anos.

Nos últimos 10 anos, a obesidade teve uma expansão preocupante: 60%, passando de 11,8% da população em 2006 para 18,9% em 2016. A hipertensão, por sua vez, subiu 14,2% na década, passando de 22,5% para 25,7% da população. Os indicadores relacionados a excesso de peso subiram 26,3% em dez anos. Em 2006, 42,6% da população estava cima do peso. Hoje, já são 53,8%.

O aumento dos indicadores pode em parte ser atribuído ao aumento da idade da população. Mas os dados da pesquisa deixam claro que a mudança de hábitos alimentares também está diretamente relacionada ao problema. A começar pela redução do consumo regular de arroz e feijão. Em 2012, 74,2% da população masculina entrevistada dizia consumir a combinação mais típica da dieta brasileira em pelo menos cinco dias da semana. Bastaram quatro anos para esse indicador cair para 67,9%. A boa notícia, no entanto, é que o consumo regular de frutas e hortaliças apresentou uma leve elevação entre 2008 e 2016, passando de 33% para 35,2%.

O maior consumo ocorreu entre mulheres. O grupo feminino também apresentou uma redução do consumo regular de refrigerantes ou suco artificial. Em 2016, 13,9% diziam ter esse hábito, ante 26,9% em 2007.

O trabalho da Vigitel mostra que o excesso de peso é mais prevalente entre homens. A obesidade, por sua vez, apresenta indicadores semelhantes: 19,6% entre o público feminino e 18,1%, entre o masculino. Já diabetes e hipertensão são mais prevalentes entre as mulheres. Entre as entrevistas femininas, 9,9% disseram ter diabetes, mais dos que os 7,8% apontados pelos entrevistados masculinos. Entre as mulheres ouvidas, 27,5% relataram ter hipertensão. Entre os homens, foram 23,6%.