As instituições de ensino superior da rede privada no Espírito Santo foram mais bem avaliadas do que as públicas, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Quatro faculdades particulares do estado receberam nota 5, a pontuação máxima no Conceito Preliminar de Curso (CPC), avaliação realizada pelo MEC. Nenhuma instituição pública do estado atingiu a nota máxima.
Nessa avaliação, uma nota de 1 a 5 é atribuída ao curso. Quanto maior, melhor. A análise foi realizada para o ensino presencial e à distância, ao longo de 2019. Em 2020, com a pandemia, tudo está diferente e a avaliação pode mudar.
O presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Moacir Lellis, comemorou o resultado obtido pelas faculdades particulares no CPC. “É um trabalho árduo das nossas instituições, muitos investimentos e muita capacitação com os nossos professores”, ressaltou.
“Mostra que, nas nossas instituições, nós temos uma educação de qualidade, e isso não é só no ensino superior. No ensino médio, nós estamos em segundo lugar no Brasil, só perdemos para Minas e Paraná. No ensino fundamental 1 e 2, nós estamos entre os primeiros do país”, completou Lellis.
Para a estudante de farmácia Larissa Diniz, ter bons professores e estrutura é o que ajuda a chegar a esse resultado. “Isso demonstra bem todo o suporte e infraestrutura que ela [faculdade] fornece para os alunos e, principalmente, os professores. Se eu tivesse que avaliar com uma palavra, seria competência”, afirmou a universitária.
Com relação às instituições públicas no Espírito Santo, a maior nota obtida foi 4. De acordo com o indicador, 62% dos cursos nessas instituições tiveram essa nota. No Brasil, esse número é um pouco maior: 68%.
Na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), os cursos se dividiram entre os patamares 4 e 3. A secretária de avaliação institucional da Ufes, Leila Massaroni, alega que a comparação da universidade com instituições menores não é adequada.
“Nós não podemos considerar só quantitativamente. Nós temos que entender o que é o CPC, que é o Conceito Preliminar do Curso, para que a gente possa avaliar qualitativamente as notas que são geradas na nossa instituição. E para nós, dentro da universidade, que tem 101 cursos, 25 mil pessoas e quase 100 cursos de mestrado e doutorado, ter uma nota 4 nos coloca muito bem no ranking também”, destacou.
Ainda segundo a Ufes, o fato de os alunos terem de tirar uma nota alta no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para conseguirem ingressar na universidade acaba atrapalhando a Ufes a chegar à nota máxima no CPC. Isso porque um dos métodos de avaliação é o desempenho do aluno durante o curso.
Ou seja, se ele já entra na instituição com uma nota alta e sai com a nota alta, essa falta de variação interfere no resultado. “Como ela é uma universidade pública, a concorrência é muito grande, o que faz com que as médias do Enem sejam muito altas”, frisou Leila Massaroni.
Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/Record TV