Menos de oito meses após o problema da seca e estiagem que assolou vários municípios, o Estado já começa a dar sinais de uma nova crise hídrica. Quatro municípios já decretaram situação de emergência após os problemas da seca afetarem principalmente o interior e a zona rural das cidades de Água Doce do Norte, Colatina, Afonso Cláudio e São Gabriel da Palha, confirmou o coronel Fabiano Bonno, coordenador da Defesa Civil Estadual.
“No começo do ano tivemos 46 municípios com situação de emergência ou estado de calamidade pública, até o momento termos quatro que decretaram emergência”, contou Bonno.
E a tendência é que a crise se agrave e falte água em vários municípios. No norte do Estado a situação é mais crítica e há riscos de desabastecimento. O diretor da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) Paulo Paim, disse que andou pelas bacias de Santa Maria, Itaúnas, São Mateus e constatou a gravidade do problema.
“O Estado enfrentou uma situação onde o volume de chuva foi mais baixo este ano, o que exigiu da sociedade um conjunto de ações que deram certo. É preciso poupar e fazer utilização responsável, porque a tendência é que a situação se agrave até o fim do ano”, garantiu Paim.
Para a diretora da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Denise Cadete, reconhece que o ano é atípico com poucas chuvas, o que não possibilitaram a recuperação do lençol freático. “Outubro não é um mês que chove, é necessário a população ter cuidado, estamos em estado de alerta”.
A Cesan enfrenta problemas de captação principalmente no norte do Estado, e na região serrana, as cidades como São Roque do Canaã, Santa Teresa, Mantenópolis, São Gabriel da Palha, Barra de São Francisco e Alto Rio Novo, são as mais afetadas até o momento. “Estamos reativando poços que era inoperantes e a preferência é o consumo humanos” , afirmou a diretora da Cesan.
A solução para o problema é a chuva, que parece que estar bem longe, segundo previsões meteorológicas. Economizar água e fazer uso consciente do recurso é fundamental. Evitar varrer ruas e calçadas com água, lavar carros, banhos longos, e cuidado no desperdício durante as tarefas domésticas. “É preciso economizar muita água principalmente no campo, no momento de crise o cidadão rural tem que se dar conta de que todos precisam trabalhar juntos, no começo do ano todo mundo ajudou e deu certo”, lembrou Paim.
FALTA DE CHUVA NO COMEÇO DO ANO
A estiagem fez 46 municípios de norte a sul do Estado decretarem estado de emergência ou de calamidade pública. Cachoeiro de Itapemirim foi um dos primeiros a divulgar a situação, Itapemirim não teve outra saída senão decretar a mesma situação de emergência. Além das plantações de café, a estiagem no Estado afetou de forma preocupante o gado leiteiro. E o Rio Jucu, já enfrenta a pior seca desde a década de 60. Em Guarapari o prefeito da cidade decretou restrições ao uso de água.
COLATINA FOI PRIMEIRO A DECRETAR EMERGÊNCIA
A estiagem e o sol forte começam a afetar o Espírito Santo e o primeiro município que sofre com o clima é Colatina, no noroeste do Estado. O prefeito Leonardo Deptulski já decretou situação de emergência na última quarta-feira (23). O secretário de Desenvolvimento Rural, o engenheiro agrônomo, Ricardo Pretti, afirmou que a situação é bem crítica. “Temos algumas comunidades que já não tem mais água, elas estão sendo abastecidas com carro pipa”, contou.