Geral

Queimadas no Norte do Estado batem recorde histórico em 2021

De janeiro a novembro deste ano, foram registrados mais de 3.350 focos. Setores privados têm desenvolvido ações de conscientização

Foto: divulgação/ Suzano
Aeronave atua no combate aos incêndios florestais no Norte do Espírito Santo

Certamente você já deve ter ouvido falar sobre as queimadas no Brasil. Nos últimos anos, o assunto ganhou destaque e se tornou motivo de preocupação para a sociedade. Os incêndios florestais causam devastação e expõem uma realidade dolorosa. 

Segundo um levantamento da Central de Monitoramento no Norte, mais de 3.350 focos de incêndio atingiram regiões no Espírito Santo que fazem divisa com a Bahia e Minas Gerais. O fogo fora de controle consumiu cerca de 8.334 hectares, incluindo pelo menos 600 áreas de preservação ambiental.

Foto: Divulgação/ Inpe
Série histórica do total de focos ativos detectados pelo satélite de referência, no período de 1998 até 19/12/2021.

O bioma do Espírito Santo está inserido na Mata Atlântica. As chamas em uma floresta tão úmida raramente têm início a partir de uma fonte natural, como um raio, por exemplo. Praticamente todo o incêndio começa com uma ação humana. 

 De acordo com o major Cristiano Sartório, do Corpo de Bombeiros de São Mateus, Região Norte do Estado, os municípios de São Mateus, Conceição da Barra, Pedro Canário e Jaguaré, tiveram de janeiro a setembro deste ano, 253 incêndios criminosos. Só no mês de julho, foram 68 autuações.

“O fogo na vegetação é quase sempre oriundo de um ato de vandalismo, de limpeza de propriedade para o plantio, agricultura e expansão da pecuária. Há também o problema da especulação imobiliária. Sendo que a última questão atinge, sobretudo, as cidades de Conceição da Barra e Itaúnas. É preciso lembrar que existe uma diferença entre o fogo provocado de forma criminosa e a queima controlada. A queima controlada é permitida durante alguns meses do ano e é autorizada pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF).”

No Espírito Santo, um Decreto Estadual proíbe a queima controlada de maio a outubro. O período é considerado seco e é comum a ocorrência de focos de incêndios (naturais ou provocados). 

A queima controlada é uma prática adotada em muitas localidades. A técnica consiste no emprego do fogo como fator de produção e manejo em atividades agropastoris ou florestais. Pela lei, as áreas que recebem a liberação do IDAF possuem limites físicos previamente definidos.

Com uma rica biodiversidade e paisagens diversificadas, as cidades de São Mateus, Conceição da Barra, Pedro Canário e Jaguaré, somam juntas mais de 4.733 quilômetros quadrados de extensão. 

Órgãos municipais e estaduais tentam otimizar recursos para impedir o desmatamento e o fogo destruidor. Ações de proteção também são desenvolvidas por empresas privadas. 

Foto: divulgação/ Suzano
Central da Suzano equipada com 12 câmeras monitora em tempo real 260 mil hectares.

A empresa Suzano, maior produtora global de celulose de eucalipto, que tem fábrica no Norte do Estado, criou o programa Floresta Viva, para sensibilizar as comunidades sobre os perigos gerados pelos incêndios florestais. 

O projeto promove ainda palestras, encontros e treinamentos com colaboradores, comunidades rurais e população em geral. 

O objetivo é incentivar práticas conscientes, responsáveis e sustentáveis, uma vez que elas fazem toda a diferença quando o tema é a proteção do recurso florestal e a prevenção de incêndios. Na busca pela proteção ambiental, a empresa também criou no Norte do Estado, uma central de monitoramento. O local funciona em tempo integral, durante todos os dias da semana.

“A nossa central conta com 12 câmeras que funcionam 24 horas por dia. Nossas equipes que atuam em campo são treinadas. Ao todo, temos mais de 160 pessoas que são capacitadas. A nossa tecnologia também é um diferencial. Fazemos um cruzamento de imagens. Assim que o fogo é detectado, nossos brigadistas são acionados”, afirma Elian Carlos Marques, supervisor de inteligência patrimonial.

Saiba mais

Floresta Viva
Conduzido nas Unidades Florestais de todo o Brasil, o Programa tem como principal objetivo a prevenção de incêndios florestais nas áreas de influência da Suzano, além da conscientização quanto à caça e pesca predatórias, ressaltando a importância da colaboração de todos na conservação do meio ambiente.

Por meio das ações do Programa Floresta Viva e do investimento em novas tecnologias de monitoramento e controle, a Suzano espera reduzir as ocorrências de incêndios em suas áreas.

Foto: divulgação/ Suzano

Canal aberto

Outra ação que tem ajudado muito no combate rápido e eficaz dos focos de incêndio são as chamadas recebidas por meio do número 0800 771 1418, telefone disponibilizado pela Suzano para que qualquer pessoa possa ligar e informar sobre incêndios nas florestas ou em áreas próximas. É dessa forma que a empresa contribui nesse cenário de alerta, com ações que permitem não só o combate direto à focos de incêndios, mas na forma de conscientização de comunidades, para que práticas sustentáveis se tornem rotineiras e ganhem cada vez mais espaço entre a população.

Saiba como denunciar queimadas

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Para agilizar o combate aos focos de incêndio, o Ibama conta com o serviço da “Linha Verde”, um canal de comunicação criado para denúncias a queimadas em todo o país. O número é gratuito e funciona 24 horas. Para denunciar incêndios basta ligar para 0800-61-8080 e detalhar, o máximo possível, a localização e a intensidade do incêndio. Denúncias também pode ser feitas pela internet, pelo e-mail: [email protected]

No caso de queimadas localizas às margens de rodovias, a Polícia Rodoviária Federal também deve ser acionada. Denúncias devem ser encaminhadas a órgãos ambientais estaduais e municipais, para agilizar o atendimento à ocorrência. 

Cuidados que devem ser tomados

>Não inicie queimadas, principalmente próximo a áreas de vegetação;
>Não queime lixo, terrenos ou pastagens;
>Não jogue bitucas de cigarro na mata, nas ruas ou em beira de estradas;
>Não deixe garrafas de vidro em áreas de vegetação (o sol faz o efeito lupa e pode iniciar um incêndio).