A mãe da jovem mineira assassinada com um fio de ventilador nos Estados Unidos, em 2020, ficou aliviada com a condenação dos acusados de cometer o crime. Ana Paula Feitosa tinha 24 anos quando foi morta.
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Após cerca de 17 horas de julgamento, os capixabas Thiago Philipe de Souza Bragança, de 22 anos, e Wenderson Júnior Dalbem Silva, de 24, foram condenados a mais de 37 anos de prisão.
A mãe de Ana Paula, Delma Félix Feitosa, acompanhou o júri popular que ocorreu no Fórum Criminal de Vitória desde o inicio. Emocionada, ela conversou com a equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV e contou que ficou aliviada com o resultado, mas desejava uma pena maior.
“Eu queria que fosse maior, mas infelizmente a Justiça não deu. Mesmo assim, eu estou satisfeita com o resultado do julgamento. Eles (investigadores) trabalharam bem e eu espero que eles (réus) fiquem lá um bom tempo. Eu não consegui enterrar a minha filha, mas pelo menos eles (réus) vão pagar“, desabafou.
Em entrevista ao jornalismo durante o julgamento, Delma chegou a dizer que gostaria que os acusados fossem julgados na Califórnia, nos Estados Unidos, onde o crime ocorreu, já que lá há pena de morte.
“Eu quero que eles peguem, pelo menos, 80 anos, para ver se ficam pelo menos uns 15 anos presos, porque aqui no Brasil não tem justiça. Eu queria que eles fossem julgados lá, porque lá tem pena de morte”, disse ela, antes do anúncio da sentença.
Capixaba confessou que corpo de jovem foi jogado em depósito de lixo
Um dos capixabas acusados do assassinato, confessou que ele e o comparsa esconderam o corpo da jovem após o crime. Durante o depoimento no julgamento, Thiago Philipe afirmou que, após matarem a jovem, ele e Wenderson Júnior, também réu, enrolaram o corpo da vítima em um saco e depois o jogaram em um depósito de lixo.
Após o crime, eles seguiram para o México antes de voltarem ao Brasil. Eles foram presos em Cariacica e, por isso, o julgamento do caso foi realizado no Espírito Santo. Os investigadores conseguiram rastrear os celulares de Ana Paula e dos réus e acompanhar parte do percurso realizado por eles na fuga.
Acusados vão responder por diversos crimes
Thiago Philipe de Souza Bragança e Wenderson Júnior Dalbem Silva vão responder pelos crimes de ocultação de cadáver, furto, homicídio qualificado, asfixia e crueldade.
O promotor de Justiça, Bruno Oliveira, destacou que durante o julgamento nenhum dos réus demostrou qualquer tipo de arrependimento.
“Essa pena de hoje, se a gente levar em consideração que foi um crime hediondo, eles não devem ficar mais de 14 anos na cadeia”, disse.
A promotoria pretende entrar com um recurso para aumentar a pena dos réus e ressaltou ainda que Thiago e Wenderson fugiram dos Estados Unidos com medo da lei americana.
“Um crime brutal, que foi praticado com frieza, com cálculo. Essa tentativa de fuga e de impunidade que detectamos nos documentos foi muito importante para justificar a pena neste patamar e vamos pedir o aumento”, disse o promotor Leonardo Augusto Cezar.
Defesa vai tentar diminuir a pena
Os dois advogados de defesa disseram que vão apresentar recursos para tentar diminuir a pena dos réus.
“Já interpomos o recurso competente, com intuito de absolvição dele. Vamos tentar uma absolvição no tribunal e, se não for possível, que se adeque essa pena no mínimo legal previsto dentro das circunstâncias”, afirmou Wagner Batista Campanha, advogado de Wenderson.
“Levando em consideração que são primários, achávamos que ele poderia ter pego o mínimo legal. Já interpomos o recurso da dosimetria da pena”, disse Marcos Farizel, advogado de Thiago.
*Com informações da repórter Alice Mourão, da TV Vitória/Record TV.
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