Na tarde desta segunda-feira (02), os presidentes da Agência das Águas (AGERH), da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), e um meteorologista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), apresentaram um panorama a respeito da falta de chuva no Estado e anunciaram medidas para diminuir os impactos causados pela estiagem.
Entre elas, a redução no abastecimento de água para as empresas Vale e Arcelor. “A gente considera uma situação muito delicada, em que inclusive foi necessário trabalhar com as indústrias que abastecemos nessa região. Fizemos redução da água para estes segmentos. Nós informamos as empresas, estão cientes da situação, e estão fazendo manobras operacionais internas para conviver com a situação”, disse Denise Cadete, diretora-presidente da Cesan.
Considerando a vazão disponível do Rio Santa Maria da Vitória, a presidente da Cesan, Denise Cadete, disse que a empresa conseguiu captar neste final de semana apenas 2.700 litros/segundo, quando a sua captação de água bruta normalmente é de 3.200 litros/segundo. Nesta segunda-feira, houve um aumento de vazão de 100 litros por segundo.
Ela explicou que a Arcelor, que deveria receber contratualmente 1.000 l/s, de água bruta, teve uma redução de 40% no seu fornecimento. Com essa diminuição foi possível distribuir 1.800 l/s de água para a população. A companhia Vale, que recebe 200 l/s de água tratada, recebeu 50%.
O Rio Santa Maria da Vitória, que abastece a Região Metropolitana, também chegou ao limite crítico de captação. Dois bairros da cidade por pouco não ficaram sem água no final de semana.
Em Alto Rio Novo a situação do Córrego Rio Novo, que abastece o município, é crítica. A vazão chegou a 09 l/seg, quando o mínimo para que a Cesan tenha condições técnicas para captar e tratar a água é de 14 l/seg. A presidente da Cesan acrescentou que a Companhia tem trabalhado com manobras, mas se não chover, a alternativa será recorrer a carros pipa para abastecer a cidade.
Fornecimento linear
A Cesan passou a operar com a vazão de água tratada reduzida linearmente em 10%. “Não adotamos racionamento. Distribuímos a água de maneira igual para todos, porém com uma pressão 10% menor. Com essa medida, que vem sendo monitorada em tempo integral, não houve reflexos no fornecimento à população, uma vez que no atendimento telefônico 115, entre sábado e domingo, houve uma significativa queda no número de chamados por meio do telefone de atendimento ao cliente, o 115. Houve trinta e duas reclamações oriundas da Serra e cinco provenientes da zona continental de Vitória”, declarou Denise.
“Esse é um indicativo de que a população está começando a compreender a gravidade da situação e começa a fazer a sua parte, poupando água. Entretanto, apesar desse quadro de colaboração, a situação ainda é de alerta exige uma conduta ainda mais vigilante”, concluiu.
Com o objetivo de dar transparência à situação acarretada pela seca, a Cesan postou em seu site um link com informações sobre os três principais mananciais que abastecem a Grande Vitória e parte do litoral sul. Dessa forma, o cidadão pode acompanhar o nível dos mananciais em tempo real.
Chuva poderá não ser suficiente
O meteorologista do Incaper, Ivaniel Foro Maia, contribuiu com informações sobre a previsão do tempo. O técnico explicou que o aumento da nebulosidade pode provocar chuva rápida em algumas regiões do Estado a partir da próxima quarta-feira (03), mas a concentração destas e o volume não serão suficientes para normalizar os níveis dos reservatórios.