A reciclagem e a coleta seletiva em Guaçuí são uma realidade do dia a dia de quem mora na cidade. Mas, até 2013, a realidade era outra: pessoas disputavam a subsistência com os urubus, no lixão que existia no município.
Para acabar com aquela realidade, a Prefeitura do município criou criação da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Guaçuí (Asguamar), que mudou a vida de muitas pessoas que viviam no lixão, como a dona Mauzi.
Ela foi a primeira presidente da Asguamar e agradece muito à iniciativa do município. “Nossa vida mudou muito, porque hoje temos segurança e melhor condição para trabalhar”, afirma em vídeo arquivado pelo município. “E nunca mais quero voltar lá naquele lugar, nem mesmo sem ter lixão lá mais, não quero nem chegar perto”, ressalta. Hoje, a Asguamar reúne 19 famílias.
Além da criação da Associação, o município investiu na instalação dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV) e na construção da Área de Transbordo, utilizando recursos próprios, para onde o lixo não reciclável é encaminhado, para depois ser transportado a um aterro sanitário em Cachoeiro de Itapemirim.
“Quando assumimos o primeiro mandato, encontramos uma realidade que não podia continuar, em Guaçuí e, hoje, temos nossa Área de Transbordo e o lixão acabou”, explica a prefeita Vera Costa.
Coleta Seletiva
A coleta seletiva em Guaçuí teve início no ano de 2015 e, desde então, a quantidade dos PEVs saltou de 14 para 60, incluindo a implantação da Coleta Seletiva nas escolas. Um aumento de 328%. “Estes PEVs estão presentes, praticamente, em todos os bairros, com grande demanda, incluindo bairros periféricos, zona rural e escolas, sendo colocados em pontos estratégicos para atender a maior quantidade de moradores possível”, destaca o secretário municipal de Meio Ambiente, Roberto Martins.
A cada final de ano, a Secretaria se reúne com os membros da Asguamar, para discutir qual será a meta anual. Para o ano de 2018, por exemplo, a meta estipulada foi a reciclagem de 200 toneladas, sendo atingida a quantidade de 213 toneladas. Para o ano de 2019, a meta foi mais ousada – 300 toneladas – e esta meta foi ultrapassada, quando se chegou a quase 350 toneladas. Para o ano de 2020, a meta será de 400 toneladas.
Na coleta seletiva, são recolhidos papéis, metais, vidros, plásticos e embalagens cartonadas longa vida. Em Guaçuí, esse material é absorvido por empresas dos municípios de Campos dos Goytacazes e Cachoeiro de Itapemirim.
E, além de ser fonte de renda para os catadores, a reciclagem reduz o impacto sobre o meio ambiente, diminuindo as retiradas de matéria-prima da natureza, gerando economia de água e energia, além de reduzir a disposição inadequada do lixo. E a separação desses resíduos recicláveis em casa é o primeiro passo para sua destinação adequada
Estatística
Segundo a última pesquisa Nacional de Saneamento Básico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são recolhidas, no Brasil, cerca de 180 mil toneladas diárias de resíduos sólidos. O rejeito é resultante de atividades de origem urbana, industrial, de serviços de saúde, rural, especial ou diferenciada. Esses materiais gerados nessas atividades são potencialmente matéria prima e/ou insumos para produção de novos produtos ou fonte de energia.
No entanto, mais da metade desses resíduos é jogado, sem qualquer tratamento, em lixões a céu aberto. Com isso, o prejuízo econômico passa dos R$ 8 bilhões anuais. No momento, apenas 18% das cidades brasileiras contam com o serviço de coleta seletiva, entre estas Guaçuí.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente Roberto Martins, em Guaçuí, a Secretaria tem promovido várias palestras nas instituições de ensino, contando com ações contínuas de educação ambienta. “Com os esforços somados, estamos batendo nossas metas, a cada ano, e Guaçuí já é uma referência na reciclagem”, conclui Martins.