O caso da criança de cerca de dois anos que quase caiu da sacada do prédio onde morava reacendeu a discussão sobre acidentes domésticos. O flagrante aconteceu no último sábado (31), mas teve grande repercussão na internet na última terça-feira (3). Para o Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros, Adeilton Costa Pavani, o que salvou a criança foi a rede de proteção da varanda. O Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado da Saúde alertam os pais para esse tipo de acidente.
“Pelo o que eu pude analisar no vídeo, é possível perceber que o que não fez com que a criança caísse da varanda foi a rede, que foi colocada corretamente. Nesses casos, tem que se ver a responsabilidade dos pais. Os adultos, na maioria das vezes, desprezam os perigos e não prestam a atenção em questões básicas como não deixar a criança chegar perto de uma panela quente, deixar remédios fora do alcance dos filhos…”, diz o Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros, Adeilton Costa Pavani.
De acordo com um estudo feito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), 79% dos acidentes domésticos envolvendo crianças são decorrentes de queda. Outros 13% dos acidentes são causados por transporte, já 4% são por intoxicações de remédios ou produtos de limpeza.
“Os acidentes podem ter reflexo no desenvolvimento futuro da criança. Os pais precisam ficar atentos e prestar atenção com os filhos. Nos casos de intoxicação, os acidentes acontecem principalmente na faixa etária de 1 a 4 anos e podem causar até a morte, dependendo do caso”, afirma o coordenador do Centro de Atendimento Toxicológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Nixon Souza Sesse.
De todos os casos envolvendo intoxicações, especificamente, 63% dos casos não registra sintomas na criança, os outros 27% precisam de atendimento. “O que é mais importante os pais ou responsáveis saberem é primeiramente manter a calma, dar água, tirar a roupa da criança e procurar atendimento”, diz Sesse.
O Corpo de Bombeiros atende a ocorrências de acidentes domésticos, porém casos mais graves, como quedas que envolvem fraturas como luxação. “Esta não é uma ocorrência rotineira, mas recebemos ligações de acidentes, como quedas, que acontecem dentro de casa. Nesses casos, o Corpo de Bombeiros até dá os primeiros atendimentos por telefone até a unidade chegar ao local”, completa Pavani.
Como proceder em casos de acidentes domésticos com crianças:
>> Após acontecer um acidente, a primeira orientação é os pais manterem a calma para, assim, pensarem na melhor conduta.
>> No caso de asfixia por consumo de produtos tóxicos, deve-se retirar o restante do conteúdo da criança e dar água, não se pode dar leite ou qualquer outro líquido, apenas água.
>> Deixe materiais cortantes e produtos tóxicos fora do alcance.
>> Fique de olho também nas pontas de móveis, que também podem causar acidentes.
>> O Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen), atende a cerca de 17 mil ligações por ano e auxilia pais e responsáveis a como proceder em situações de intoxicações. A central funciona 24 horas por dia pelo telefone 0800 283 99 04.
Fonte: Nixon Souza Sesse, coordenador do Centro de Atendimento Toxicológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e Corpo de Bombeiros
Flagrante de bebê vira caso de polícia
A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) vai investigar o caso do menino de 2 anos flagrado sozinho na sacada de um prédio, correndo o risco de cair, no último sábado (31), em frente à praia de Itaparica, em Vila Velha.
De acordo com o delegado Érico Mangaravite, o inquérito foi instaurado. Nos próximos dias, devem ser ouvidos o quiosqueiro Bruno Vitalino, os pais da criança e o policial militar que passava em frente ao prédio e viu o menino pendurado na varanda.
Vídeo teve grande repercussão
Na internet, o vídeo do flagrante já tem milhares de visualizações e foi republicado por dezenas de usuários do YouTube. Nas redes sociais, o assunto ficou entre os mais comentados no Espírito Santo. Confira o vídeo: