O grupo de refugiados de uma tribo indígena da Venezuela, com 24 integrantes, desembarcou em Vitória na manhã desta segunda-feira (04). Os imigrantes, que já estiveram no Espírito Santo, estão em um terreno ao lado da rodoviária, no bairro Ilha do Príncipe.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Os integrantes do grupo, composto por 14 adultos e 10 crianças, saíram de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e encararam mais de 10 horas de viagem. Eles afirmam que não foram influenciados por nenhuma prefeitura ou governo. Viram para o ES por iniciativa própria.
Segundo informações da reportagem da TV Vitória/ Record, os integrantes não são considerados nômades, mas sim “um povo em deslocamento”. Os indígenas dominam pouco o português e a maioria não tem documentos brasileiros.
Desde o ano de 2016, venezuelanos deixam o país de origem para fugir da crise humanitária e atualmente estão nas cinco regiões do Brasil.
Indígenas estiveram em Vitória em 2022
No dia 16 de agosto de 2022, o grupo indígena, na época com 25 integrantes, desembarcou pela primeira vez em Vitória. Entretanto, na ocasião, eles foram deixados por um ônibus enviado pela Prefeitura de Teixeira de Freitas, município da Bahia.
Depois de alguns dias, no dia 30 do mesmo mês, mais 21 integrantes chegaram na Rodoviária de Vitória. Na época, eles ficaram em uma casa disponibilizada pela prefeitura da capital por cinco meses.
No dia 17 de novembro de 2022, já estavam no local 51 venezuelanos e, destes, 21 manifestaram o desejo de ir para a capital mineira. Eles disseram que o irmão de uma das pessoas do grupo os receberia em Belo Horizonte.
“Abordagem Social está dialogando com o grupo”
Por meio de nota, a Prefeitura de Vitória informou nesta terça-feira que foi surpreendida com a notícia de que um grupo de venezuelanos estava próximo à rodoviária da capital.
“Solidária à situação e seguindo as recomendações da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Defensoria Pública do Espírito Santo e Ministério Público, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) encaminhou equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social para a região da rodoviária de Vitória para realizar um breve levantamento inicial da situação e identificação dessa população”.
A Semas diz que também cumpriu devidamente a Lei nº 13.684/2018, que dispõe sobre medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária.
Grupo não aceitou ir para abrigo
“Ressalta que realizou os primeiros atendimentos ao grupo, prestando assistência básica às principais necessidades do mesmo, e ao verificar a necessidade de permanecer em Vitória, ofertou acolhimento e encaminhou para o Abrigo. Após o almoço no local, o líder do grupo informou que não ficaria no espaço e que iria para um hotel e arcaria com recursos próprios”, narra o órgão.
Eles chamaram seis veículos por aplicativos, que não os deixou no hotel, mas no retornaram para o mesmo espaço em que eles estavam anteriormente.
A equipe de Abordagem Social foi atendê-los novamente e encontra-se dialogando com o grupo e aguardando o retorno da aceitação para o acolhimento ofertado para garantir a segurança de acolhida.
Apesar de todas as investidas de intervenção, inclusive mediado pela Defensoria Pública, o grupo não aceitou retornar para o acolhimento e permaneceu próximo à rodoviária.
*Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/ Record
LEIA TAMBÉM: VÍDEO | Incêndio atinge depósito de café no Sul do ES