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Relatório do MPES revela que 239 pessoas contraíram a covid-19 em asilos do Espírito Santo

O monitoramento é feito em 36 municípios

Foto: Pixabay

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, 239 pessoas foram contaminadas em asilos do Espírito Santo, segundo o relatório do Centro de Apoio Cível e Defesa da Cidadania do Ministério Público do Estado. Entre os que contraíram a doença, estão idosos e também profissionais que trabalham nas instituições. 

O MPES monitora a situação desde o mês de abril. O último relatório, de 12 de junho, contabiliza 239 pessoas contaminadas pela covid-19 dentro de lares, casas de repouso e asilos no Espírito Santo. Desse total, 120 são idosos, e os outros 119 são profissionais que trabalham nas chamadas Instituições de Longa Permanência de Idosos.

O Ministério Público Estadual vem fazendo o relatório semanal da situação da covid-19 nessas instituições. No relatório anterior a este, com dados até 5 de junho, o número de contaminados era 165. Em uma semana, foram 74 registros de contaminações a mais.

O monitoramento é feito em 36 municípios. Além de Vitória e Vila Velha, Serra também registrou um maior aumento de casos na última semana. Nas 19 instituições da cidade, o número de idosos contaminados mais que dobrou, passando de 15 para 31. O de funcionários contaminados também subiu de 16 para 25. 

A gerente de Vigilância Sanitária do município, Geane Sobral, admite a dificuldade em lidar com a situação, e justifica dizendo que a rapidez da pandemia pegou todos de surpresa.

“Nessas instituições existem vários elementos que contribuem para a proliferação da doenças nesses espaços. Nessas instituições nós temos pessoas idosas, com comorbidades, que precisam utilizar equipamentos de autoajuda e que precisam de apoio de cuidadores, que são os potenciais vetores, que entram e saem dessas instituições. Nós temos que instituir protocolos, outros procedimentos, no curso da pandemia. Isso é novo para todo mundo

Segundo ela, a experiência levou a prefeitura a descobrir a existência de 7 casas de abrigo de idosos sem registro para funcionar. Com isso, quatro delas acabaram fechadas.

“Dessas sete, quatro foram interditadas por não terem condições de segurança e de precaução padrão para o cuidado de idosos. 

O médico geriatra, Roni Chaim Mukamal, afirma que não é hora de apontar culpados pelo aumento na contaminação dentro dos asilos. Segundo ele, a própria característica desses espaços contribui para o risco. O melhor a fazer, na opinião do geriatra, é garantir treinamento adequado e manter o rigor nos protocolos de prevenção estabelecidos.

“É difícil mesmo. Por mais que as instituições tentem, quando a coisa entra, o vírus transmite muito rapidamente e é desastroso. A gente precisa apoiar essas instituições de forma preventiva, dar orientação ativa para eles atuarem”, destaca. 

Com informações do repórter da TV Vitória/Record TV, Alex Pandini.