Um medicamento para transplantados está em falta, há cerca de duas semanas, em sete das dez farmácias cidadãs em funcionamento no Espírito Santo. De acordo com médicos, a falta do micofenolato de sódio pode causar a insuficiência do órgão doado e até a morte do paciente.
O remédio é de alto custo e não pode ser encontrado nas farmácias comuns. Ele é distribuído pelo Ministério da Saúde e pacientes transplantados podem retirá-lo gratuitamente nas farmácias cidadãs. No entanto, no Espírito Santo, o micofenolato de sódio só está disponível nas unidades de Colatina, Serra e Venda Nova do Imigrante.
O médico Alaor Pavesi explica que o medicamento é um imunossupressor que evita a rejeição do órgão transplantado. “Você pega o fígado de uma outra pessoa, que é totalmente estranho, e coloca dentro do seu corpo. E o organismo vê que está sendo invadido por alguma coisa que está fazendo mal para ele. Então o micofenolato, que é um imunossupressor, retira essa agressividade do organismo contra o fígado. Ele protege o fígado que você pegou de outra pessoa e botou dentro do seu corpo”, ressalta.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a última entrega desse medicamento aos estados aconteceu em outubro e que uma nova remessa foi comprada na sexta-feira passada e deve ser distribuída na semana que vem. No entanto, Pavesi alerta que o organismo do transplantado não pode ficar muito tempo sem a medicação.
“O paciente pode ir perdendo a função do fígado. [A falta do medicamento] vai destruindo o fígado e, inclusive, pode, se você não voltar logo com o medicamento e fazer a imunossupressão de novo, chegar até a morte”, destacou.