Os motoristas decidiram voltar atrás na decisão de parar os ônibus depois das 20h no bairro Marcílio de Noronha, em Viana. Na noite da última quarta-feira (17), os coletivos fizeram viagens em horário normal, até o ponto final do bairro.
Na tarde de quarta-feira (17), a decisão anunciada pelo Sindirodoviários, de encerrar as viagens mais cedo, deixou os moradores do bairro apreensivos. O motivo da possível paralisação seria a falta de segurança na região, após os incêndios a dois ônibus do sistema Transcol, na madrugada do último domingo (14) e na última segunda-feira (15), no ponto final.
Depois dos ataques, o secretário Estadual de Segurança Pública, André Garcia, prometeu reforçar o policiamento na região. Na noite desta quarta-feira (17), viaturas circularam pelo bairro e de acordo com a Polícia Militar, homens do Batalhão de Missões Especiais (BME) e da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) percorreram o bairro durante toda a noite.
Decisão foi provocada por insegurança
Na tarde da última quarta-feira (17), os motoristas das linhas que circulam pelo bairro Marcílio de Noronha, em Viana, prometeram parar de trabalhar após as 20 horas.
As linhas afetadas seriam a 736, que liga os bairro São Conrado ao Terminal de Jardim América, em Cariacica, além da linha 1901, que tem o ponto final em Marcílio de Noronha, passando pelo bairro Praia da Costa, em Vila Velha.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários), Carlos Roberto Louzada, afirmou que, porém, os ônibus iriam levar os passageiros até determinado ponto, mas não iriam até a parada final do bairro.
Três incêndios em menos de quatro dias
Só no bairro Marcílio de Noronha, no município de Viana, dois coletivos foram queimados. Na noite da última segunda-feira (15), o crime aconteceu por volta das 20h30. O que sobrou do ônibus após o incêndio foi retirado por um guincho por volta das 6 horas de terça-feira (16).
O coletivo que faz a linha Jardim Camburi x Marcílio de Noronha, foi incendiado no ponto final do bairro. O motorista do veículo, que estava dentro do transporte na hora em que o crime aconteceu, contou para os policiais que oito adolescentes entraram no coletivo com garrafas de combustível nas mãos e dois estavam armados. O motorista disse que ele foi arrastado pelos suspeitos e em seguida atearam fogo no coletivo.
Foi o segundo coletivo alvo de bandidos no mesmo lugar. O taque aconteceu na madrugada do último domingo (14). De acordo com testemunhas, o ônibus do sistema Transcol estava parado no ponto final do bairro quando o incêndio começou. Nenhuma pessoa estava dentro do coletivo.
Apesar dos três ataques em menos de três dias, a Secretaria de Estado de Segurança Publica (Sesp) negou que ordens dadas de dentro de presídios tenham provocado as chamas nos coletivos. De acordo com a Sesp, a ideia é totalmente descartada, já que a inteligência da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) descartou a hipótese.
Incêndio em Cariacica
O outro incêndio aconteceu em Cariacica, na noite da última sexta-feira (12). Um homem chegou ao ponto final da linha 736, no bairro de São Conrado, com uma arma e cinco litros de óleo diesel, rendeu o motorista e o trocador do ônibus, e ateou fogo no veículo.
O incendiário, que não foi identificado, ordenou que o motorista e o cobrador apanhassem os objetos pessoais e o dinheiro do caixa. Depois, jogou o óleo diesel no painel e ateou fogo no coletivo.
Prejuízos e suspeitos
São três ônibus queimados em quatro dias, na Grande Vitória. As empresas responsáveis pelos ônibus incendiados calcularam um prejuízo de R$ 270 mil, após os ataques.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), um ofício será enviado à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), para que seja intensificada a segurança nos pontos finais das linhas que operam o sistema Transcol.
Em entrevista ao jornal Espírito Santo no Ar, da TV Vitória/Record, o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que os incêndios foram provocados por menores de idade. “Temos informações, que nos levam a crer, que são menores de idade. As primeiras ações foram praticadas basicamente por adolescentes que foram incitados por outros indivíduos maiores de idade para praticarem esses atos”, disse.