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A estudante Manuella Comerio, de 30 anos, foi surpreendida com uma notícia muito sonhada desde anos atrás. Após um longo processo, ela foi a única estudante do Espírito Santo selecionada entre 47 brasileiros para receber uma bolsa de mestrado. Agora, ela irá continuar os estudos na Universidade de Glasgow, na Escócia.
Em entrevista ao jornal Folha Vitória, Manuella contou ter começado a pensar na possibilidade de estudar fora em 2019, quando recebeu a notícia de que duas amigas haviam sido aprovadas em bolsas de mestrado na Europa.
“Isso me fez vislumbrar que seria possível obter uma qualificação no exterior também (na época eu havia tentado processos de mestrado em universidades aqui no Brasil mas não fui aprovada). Foi quando comecei a pesquisar e preparar minhas candidaturas”, contou.
Para os estudos de mestrado na Universidade de Glasgow, Manuella irá se concentrar na área de Urban Analytics, que é análise de dados aplicada ao planejamento urbano.
“Pretendo focar meus estudos na parte de adaptação climática de cidades, com o objetivo de auxiliar municípios a se tornarem mais resilientes frente a eventos climáticos extremos, que estão de tornando mais frequentes e intensos por conta das mudanças climáticas”.
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Programa Chevening
O programa Chevening, pelo qual a estudante foi selecionada, escolhe profissionais com potencial de liderança e habilidades de networking, com o objetivo de cursar mestrados de um ano no Reino Unido, em qualquer área do conhecimento.
A bolsa cobre as taxas universitárias, passagens de ida e volta e também oferece um auxílio mensal para o custo de vida no país, de acordo com a estudante.
Além disso, por se tratar de um programa voltado para profissionais, ao longo do ano são realizados eventos de networking em que os bolsistas tem a oportunidade de se conectar e estreitar laços como parte de uma rede global de lideranças de mais de 160 países
Ainda segundo Manuella, o processo de aplicação do programa Chevening, para o qual foi selecionada, consiste em 2 etapas. A primeira é a inscrição, em que o candidato precisa desenvolver 4 redações sobre os temas liderança & influência; networking; estudar no Reino Unido; e plano de carreira após o mestrado.
Em seguida, os candidatos selecionados avançam para a segunda etapa, que é uma entrevista presencial com representantes da embaixada britânica e ex-bolsistas do programa. Durante as entrevistas são feitas perguntas mais aprofundadas sobre os temas das redações.
“O processo como um todo é bastante longo e demandante, mas acredito que minha maior dificuldade tenha sido na fase de entrevista, por conta de todo o nervosismo que naturalmente surge em situações como essa. Para me preparar e lidar melhor com essa etapa, realizei simulados de entrevista com outros candidatos do processo e com uma ex-bolsista do programa”, destacou.
Notícia surpreendeu
Quando questionada acerca da aprovação, a estudante afirmou ter se surpreendido, devido ao alto nível de competição.
“Fiquei muito surpresa quando recebi o resultado, porque é um processo bastante concorrido (apenas 2% das pessoas que se inscrevem são contempladas pela bolsa) e eu já havia recebido negativas antes. Aos poucos a ficha foi caindo e agora estou animada com a perspectiva de como será o próximo ano”.
Dica para quem sonha em estudar fora
Para aqueles que, assim como Manuella Comerio, sonham em um dia receber a aprovação de uma bolsa de estudos fora do país, a estudante aconselhou:
“Minha dica para quem tem vontade de estudar fora é ter muito bem definidas suas motivações e o que almeja alcançar com esse objetivo. Por ser um processo bastante desafiador e competitivo, é comum desanimar com as negativas. Acredito que ter suas motivações em mente e se autoconhecer ajuda a ter persistência e confiança no caminho escolhido”, finalizou.
*Texto da estagiária Sofia Galois, sob supervisão da editora Erika Santos