Em um ataque separado ao que bombardeou uma escola que servia de abrigo para cerca de 400 pessoas em Mariupol, na Ucrânia, a Rússia usou mísseis supersônicos sobre um depósito de combustível em Kostiantynivka, uma cidade próxima de Mykolaiv, informou o Ministério de Defesa russo.
De acordo com a pasta, as forças do país utilizaram este tipo de armamento pela segunda vez e pelo segundo dia seguido.
A Rússia disse que o Kinzhal (nome do míssil hipersônico utilizado) tem um alcance de até 2 mil quilômetros e voa a 10 vezes a velocidade do som. O Pentágono — sede do Departamento de Defesa dos EUA — diz que ainda não confirmou seu uso na Ucrânia.
Porta-voz do Ministério de Defesa da Rússia, Igor Konashenkov disse que mísseis de cruzeiro Kalibr lançados por navios de guerra russos no Mar Cáspio também estiveram envolvidos no ataque ao depósito de combustível de Kostiantynivka e destruíram uma fábrica de reparos de blindados no norte da Ucrânia.
Analistas ocidentais minimizaram a importância do uso da arma hipersônica, dizendo que ela não dava a Moscou uma vantagem extra, mas era uma ferramenta que o Kremlin poderia usar para anunciar seu poderio militar e alertar outros países contra a intervenção.
“Não é um divisor de águas”, mas sim uma “mensagem de intimidação e dissuasão em relação à Ucrânia e ao Ocidente”, avaliou o pesquisador sênior associado ao Centro de Pesquisa de Estudos de Conflitos na Inglaterra, Valeriy Akimenko.
Presidente ucraniano questiona posicionamento de Israel
Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, questionou por que Israel não seguiu o exemplo de outras potências globais na adoção de sanções contra a Rússia. O questionamento foi feito durante discurso realizado nesta tarde ao Parlamento israelense, durante sessão em que o primeiro-ministro do país, Naftali Bennett, esteve presente.
Zelensky lembrou do Holocausto judaico durante a Segunda Guerra Mundial, comparando-o com a situação dos ucranianos em meio à invasão russa.
“Isso não é apenas uma operação militar como eles falam, e sim uma guerra de grande escala que está direcionada para a destruição do nosso povo, das nossas cidades, por isso eu tenho direito de comparar nossa guerra, nossa sobrevivência, com a Segunda Guerra Mundial”, disse ele.
De acordo com Zelensky, a Ucrânia auxiliou os judeus no passado, e agora o país precisa de suporte similar. “Até agora apelamos ao mundo inteiro, pedimos ajuda humanitária a muitos países. Vocês podem pensar em proteger os judeus que moram na Ucrânia”, completou, dirigindo-se aos parlamentares israelenses.
(Com Associated Press)