O encontro entre negociadores russos e ucranianos, ocorrido nesta quinta-feira (3), em Belarus, terminou sem grandes avanços sobre o fim da guerra. No entanto, os dois lados concordaram com a criação de corredores humanitários para retirar civis das áreas atingidas pelos conflitos.
De acordo com o assessor da Presidência da Ucrânia, Mikhail Podoliak, o acordo envolveria também um cessar-fogo durante as operações de retirada da população. Esse ponto, no entanto, voltará a ser debatido em um terceiro encontro entre os dois países.
Também nesta quinta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, sugeriu a Vladimir Putin, da Rússia, para ambos negociarem o fim da guerra pessoalmente.
Zelensky disse ainda que se tornar membro da União Europeia (UE) “não é uma prioridade” neste momento, mas sim garantir a paz para seu país.
Durante entrevista a jornalistas, ele ressaltou a importância do papel “crucial” da Alemanha para ajudar na segurança da Ucrânia. No dia 28 de fevereiro, o líder ucraniano assinou um pedido formal de adesão ao bloco.
Zelensky também comentou que possui uma boa relação com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Segundo ele, Erdogan tem influência sobre o presidente russo, Vladimir Putin, e tem defendido para Moscou o fim do conflito.
Bloqueio no espaço aéreo da Ucrânia
O presidente da Ucrânia também reforçou o pedido para que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) implementem o bloqueio do espaço aéreo do país. Pela medida, a aliança poderia abater aviões russos que ultrapassassem o perímetro do território ucraniano.
Zelensky afirmou ter medo de que a Ucrânia deixe de existir no futuro e disse que, se isso acontecer, os outros países do Leste Europeu “até o Muro de Berlim” seriam os próximos alvos. “Estamos aqui defendendo nosso país, não queremos tirar nada de ninguém”, afirmou.
O presidente da Ucrânia também ressaltou que a comunidade internacional “chegou tarde demais” em apoio aos ucranianos. Segundo ele, não há armas suficientes para evitar a captura da capital, Kiev. “A Rússia não está interessada na paz. Está interessada em um banho de sangue”, acusou.
Putin diz que metas têm sido alcançadas
Por sua vez, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou, durante um pronunciamento nesta quinta-feira, os militares do país pela incursão na Ucrânia.
Em sua fala, Putin disse que a operação “segue em andamento” e que as metas traçadas por Moscou “têm sido alcançadas”.
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* Com informações do Estadão Conteúdo e do Portal R7