Geral

Samarco vai arcar com renda de trabalhadores que dependem do Rio Doce no ES e MG

Com isso, pescadores, produtores rurais e carroceiros, entre outros profissionais, receberão o valor de um salário mínimo, acrescido de 20% por integrante da família

Profissionais que dependem do Rio Doce para sobreviver terão suas rendas pagas pela Samarco Foto: TV Vitória

A Samarco anunciou que vai arcar com a renda dos trabalhadores que exerciam atividades vinculadas ao Rio Doce no Espírito Santo e em Minas Gerais. Com isso, pescadores, pequenos produtores rurais e carroceiros, entre outros profissionais afetados, serão contemplados com a pagamento do auxílio-subsistência, no valor de um salário mínimo, acrescido de 20% por integrante da família. 

O acordo faz parte do termo de compromisso socioambiental assinado entre os ministérios públicos do Trabalho, Federal e do Estado do Espírito Santo com a mineradora.

Os trabalhadores também terão direito a uma cesta básica mensal, depositada em dinheiro, conforme o valor divulgado mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O pagamento dos salários será feito pela Samarco, após o cadastramento dos beneficiários, que receberão um cartão de débito para sacar o dinheiro todo dia 5 de cada mês. 

A previsão é de que eles comecem a receber o benefício a partir desta sexta-feira (11). O pagamento da renda vai ocorrer durante seis meses. Até agora cerca de 800 pessoas já foram cadastradas. A previsão de término do cadastramento é fevereiro de 2016, mesmo prazo para que todos os pescadores e ribeirinhos contemplados pelo plano recebam seus cartões.

A Samarco informou que começou a distribuir, na tarde desta quinta-feira (10), os cartões de débito aos pescadores e ribeirinhos, cuja subsistência foi impactada pelo rompimento da barragem da mineradora em Mariana (MG).

Ainda segundo a empresa, em duas reuniões simultâneas, em Resplendor (MG) e Colatina, no noroeste do Espírito Santo, foram entregues cartões aos líderes de oito associações e colônias que representam os pescadores do Vale do Rio Doce. A Samarco destacou que pescadores e ribeirinhos de 37 municípios ao longo de 600 quilômetros do Rio Doce que, por conta do acidente, estão impedidos de exercer suas atividades laborais na bacia, são o público-alvo do programa.

A mineradora informou também que a empresa responsável pelo projeto é a Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos, que está realizando uma Avaliação Socioeconômica dos municípios e grupos sociais afetados. A conclusão desse estudo, segundo a Samarco, será o principal sustentáculo do Plano de Mitigação de Impactos e Compensação Social.

Lama

Lama atingiu o Rio Doce e chegou à foz no dia 21 de novembro, em Regência, Linhares  Foto: Divulgação/Ministério do Meio Ambiente

Resultado do rompimento da barragem da Samarco em Mariana, a lama de rejeitos de mineração continua se espalhando ao longo do litoral do Espírito Santo. De acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), os resíduos estão se deslocando principalmente para o norte do Estado.

Segundo o monitoramente realizado pelo Iema, na tarde desta quinta-feira, a lama se estende por 26,5 km em direção ao norte, 15,5 km para o sul e 13 km em direção ao fundo do mar. A área total do mar que foi atingida pelos rejeitos, de acordo com o instituto, é de 75,5 quilômetros quadrados.

Colatina

Já em Colatina, a captação da água do Rio Doce para abastecimento da população segue normal. A Justiça Federal deu decisão favorável à prefeitura do município para continuar o serviço. A juíza federal Mônica Lúcia do Nascimento Frias recebeu os laudos apresentados pela prefeitura e pelo Sanear, responsável pelo abastecimento, e decidiu manter a captação da água do rio. 

Os ministérios públicos Federal, do Espírito Santo e do Trabalho haviam entrado com uma ação pedindo a suspensão do serviço, sob a suspeita de que a água do Rio Doce ofereceria riscos aos moradores. Os laudos estão disponíveis diariamente no portal colatina.es.gov.br.