Unificar a qualidade da educação entre as instituições de ensino municipais e estaduais é uma das prioridades do Governo do Estado no que tange a educação.
Por conta disso, foi criado recentemente o Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes), que tem como objetivo melhorar os indicadores educacionais dos na educação básica.
Para explicar um pouco mais sobre o programa e destacar pontos que poderiam ter sido melhor trabalhados, o Folha Vitória ouviu a coordenadora do curso de pedagogia da UVV, a professora Ana Paula Holzmeister. Confira!
Folha Vitória: Qual o principal destaque para esse novo programa lançado pelo governo – O Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes)?
Ana Paula Holzmeister: O Principal destaque é a tentativa de articular a sociedade mais ampla e a iniciativa privada nesse esforço contínuo de qualificar a educação.
F.V: O programa pode dar certo?
A.P.H: Eu acredito que as políticas de continuidade do governo tenham tendência de continuar melhor, especialmente as que valorizam os percursos de produção dos profissionais acadêmicos e o desenvolvimento de práticas pedagógicas. É um esforço numa aposta da educação continuada.
F.V: Tem algo relevante para citar?
A.P.H: Uma novidade é o governo estadual apontar para a ampliação das creches porque isso tem sido feito pelos municípios. A ampliação do atendimento é benéfica, mas precisamos nos preocupar com o atendimento, se ele será qualificado.
F.V: Uma das principais metas deste Pacto é que 100% dos municípios façam a adesão até o final de 2018. A senhora acredita que essas metas serão alcançadas?
A.P.H: Nossas principais metas já estão traçadas nos planos municipais, estaduais e nacionais de educação. Elas foram negociadas, discutidas e acordadas coletivamente e a gente precisa alcançá-las. Por isso, é importante que as metas desse novo Plano Estadual de Educação também seja alcançadas, mas que elas não se sobreponham as outras. Eu não sei em que medida os municípios vão aderir, até por conta do distanciamento dos fóruns educacionais, mas as metas do plano nacional de educação estão colocadas e a gente precisa conquistá-las. Se esse pacto também pretende atingir essas metas, eu acho bastante válidas. Se ele convergir para necessidade do plano mais amplo é bom. Caso contrário, isso pode não funcionar.
F.V: A senhora aponta algo que poderia ter sido feito de forma diferente?
A.P.H: O diálogo com as entidades representativas que tem aprofundado o atendimento da qualidade da educação podia ter sido ampliado. Acho que os fóruns de defesa da educação precisavam estar mais presentes nessa discussão. Todo o estudo para a criação do Pacto foi feito em cima de um modelo aplicado lá no Ceará. O programa de lá deu certo, mas acredito que os fóruns educacionais presentes no estado precisavam ter sido colocados na discussão daqui.
F.V: Mas existem realmente diferenças entre todos esses planos?
A.P.H: Acredito que a principal diferença é a aproximação, o diálogo maior entre todos os segmentos políticos educacionais.