Após a captação de água do rio Santa Marta, que abastece a cidade, sofrer uma redução maior que a metade em três dias – de 75 litros/segundo para 33 – a Prefeitura de Mimoso do Sul deu entrada aos trâmites para decretar situação de emergência no município. A resolução deverá ser anunciada até terça-feira (20).
Segundo o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Mimoso do Sul, Marcelo Tunholi, a redução drástica pode ser indício de desvios no curso do rio na área rural da cidade. Tunholi informou o Instituto Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e a Polícia Ambiental para que façam a averiguação e, ao mesmo tempo, protocolou junto à Procuradoria Geral municipal o pedido para elaboração do decreto.
“Desde a quinta-feira estamos operando com um programa de paralisação parcial de abastecimento em Mimoso do Sul, para tentar conter a crescente queda na vazão do rio. Com isso, alguns bairros estão sofrendo com a falta d’água durante todo o dia”, explicou o diretor da SAAE. “Com o decreto do estado de emergência, poderemos controlar melhor o uso da água e reduzir o desperdício”, completou.
A seca está prejudicando a economia do município. De acordo com dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a projeção de perdas com as lavouras de café da região foi estimada em R$ 30 milhões. A expectativa da produção leiteira também foi de perda, na ordem de até 80%.
Falta de água afeta 15 municípios
Na quarta-feira (14), seis municípios capixabas foram incluídos na lista estadual de locais com situação extremamente crítica em relação ao abastecimento de água. Com isso, já são 15 o total de localidades no Estado que estão precisando racionar água.
As novas localidades incluídas na relação de extremamente críticas, e que estão proibidas de captar água que não seja para abastecimento humano, foram indicadas pela Cesan e pelos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAEs), que são responsáveis pelo abastecimento em alguns municípios do interior do Estado.
O diretor-presidente da Agerh, Paulo Paim, já admitiu que o Espírito Santo pode viver uma crise hídrica, no próximo verão, ainda mais grave do que a registrada nos primeiros meses deste ano. Segundo ele, os baixos níveis dos rios há poucos meses do início da estação e a previsão de que as chuvas cheguem com maior intensidade apenas em dezembro contribuem para esse quadro.