O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, usou as redes sociais para comemorar a notícia divulgada, nesta quinta-feira (7), pelo Governo de São Paulo, de que a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, tem 78% de eficácia e protege 100% contra os casos graves da covid-19. Os dados foram enviados ainda nesta quinta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em um vídeo divulgado no canal da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no YouTube, o secretário destacou a capacidade do país de desenvolver soluções.
“Hojé é um dia da ciência, um dia onde a demonstração de que a iniciativa de que produzir soluções dentro do Brasil são possíveis e viáveis. Produziram-se vacinas no mundo inteiro, mas hoje uma vacina produzida no Brasil, uma vacina do SUS já está disponível para ser aplicada na população, com a sua segurança e sua eficácia garantida em 78%”.
Nésio Fernandes também ressaltou que, caso o Ministério da Saúde não adquira todas as doses disponíveis da CoronaVac, o Espírito Santo já se preparou para iniciar a imunização, independente do governo federal.
“O Estado do Espírito Santo realiza um movimento para que o Ministério da Saúde possa incorporar todas as vacinas do Butantan no PNI (Plano Nacional de Imunização), e que elas sejam distribuídas, de maneira igualitária e universal, em todo o país, por meio da coordenação do Ministério da Saúde. Caso isso não ocorra, nosso estado já tem um memorando de entendimento assinado com o Butantan, para a aquisição de doses complementares de vacinas, para que, junto com o PNI, a gente consiga alcançar uma quantidade grande da população capixaba e oportunizar uma vacinação ampla, precoce e que alcance toda a população adulta e idosa, ainda no ano de 2021”.
Testes
A CoronaVac foi testada em voluntários da área da saúde de sete estados e do Distrito Federal. Os testes começaram em junho e ainda prosseguem. A professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e pós-doutora em epidemiologia, Ethel Maciel, explica o que significa a eficácia do imunizante.
“Em torno de 78% quer dizer que a vacina protegeu contra infecção e contra a gravidade da doença. E, em 22%, ela protegeu contra a gravidade da doença. Então as pessoas desenvolveriam uma doença leve quando infectadas pelo Sars-CoV-2”, frisou.
Entre os mais de 12 mil voluntários que participaram dos testes, 218 contraíram o novo coronavírus. Desse total, 160 receberam placebo, no lugar do imunizante, e cerca de 60 que receberam a vacina, de fato, também acabaram contaminados. Ninguém teve de ser hospitalizado e todos se recuperaram.
Diante dos resultados, o governo de São Paulo deu início ao processo para pedir à Anvisa autorização para o uso emergencial da CoronaVac. A primeira parte do processo foi cumprida, durante uma reunião com a Anvisa, na manhã desta quinta-feira, em Brasília, onde os dados foram apresentados. A expectativa é que, entre esta quinta e sexta-feira (8), o pedido para uso emergencial seja formalizado.
Fiocruz
Outra vacina que está bem próxima de ser aprovada no Brasil é a da AstraZeneca, em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). O pedido para uso emergencial deve ser feito à Anvisa até esta sexta-feira.
Os testes mostraram eficácia média de 62%, podendo chegar a mais de 70% sobre a transmissão. Para Ethel Maciel, são notícias animadoras, mas que dependem da compreensão de que todos têm que se imunizar.
“A vacina é uma estratégia coletiva. Então, quanto mais pessoas vacinadas, mais a gente vai impedindo o vírus de circular, porque a gente vai quebrando essa cadeia de transmissão dele”, destacou.
Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV