A Federação das Colônias e Associações dos Pescadores e Aquicultores do Espírito Santo (Fecopes) entrou, nesta segunda-feira (23), com uma ação na 2ª Varal Civil de Linhares exigindo que a Samarco indenize imediatamente os cerca de 3 mil pescadores cadastrados na federação. O motivo da ação foi o desastre ambiental provocado pelo rompimento das barragens da mineradora, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, no último dia 5.
O pedido de indenização com liminar solicita um valor de pelo menos um salário mínimo (R$ 788,00) para cada um dos integrantes das colônias capixabas existentes no Rio Doce até a sua foz, além de danos morais. De acordo com a ação protocolada, a Samarco deverá depositar o valor em até 30 dias.
“A lama acabou com a fauna marinha e os pescadores foram diretamente prejudicados. Pedimos que a Samarco deposite o valor em 30 dias, a contar da distribuição da liminar, sob pena de pagamento de multa diária a ser fixada pelo juiz”, explicou o advogado Leonardo Amarante.
A Samarco informou, por meio de nota, que ainda não foi notificada da decisão. A empresa destacou ainda que está em constante negociação com autoridades públicas competentes para tratar da melhor solução em relação às famílias atingidas que vivem às margens do Rio Doce.
Desastre
A bacia do Rio Doce foi atingida pela onda de lama com os rejeitos de mineração provenientes das barragens rompidas. Os resíduos de minério percorreram a calha do Rio Doce até começarem a desaguar, no último fim de semana, na foz, que fica em Regência, Linhares.
Por onde passou, a lama causou uma série de estragos, como a morte de grande parte da fauna e flora e a interrupção da captação de água nos municípios que dependem do rio para realizar o abastecimento da população.
Nesta segunda-feira (23), a Samarco publicou um vídeo, no You Tube, em que o diretor-presidente da mineradora, Ricardo Vescovi, lamenta a tragédia ocorrida em Mariana e afirma que a empresa está tomando todas as providências para saber o que provocou o rompimento das barragens e minimizar os impactos provocados pelo desastre.
O executivo aproveitou ainda para pedir que a sociedade tenha mais calma com as críticas à Samarco e que se junte à mineradora no trabalho de reconstrução das regiões afetadas e de recuperação do meio ambiente.