O jornal Fala Manhã, da TV Vitória/ Record lançou na manhã desta quarta-feira (11), a série Ícones do Espírito Santo, na qual os telespectadores poderão conferir todas as quartas-feiras, uma obra de importância histórica, cultural e patrimonial do Estado.
Para dar início a série de reportagens, o Palácio Anchieta, que é a sede do Poder Executivo foi o grande destaque. Imponência, estilo e suntuosidade do lado de fora. No térreo da construção jesuítica, localizada na Cidade Alta, em Vitória, visitantes têm a oportunidade de apreciar obras de artistas de todo o mundo.
A instalação da galeria é um dos resultados da restauração do prédio, concluída em 2009. Foram cinco anos de obras que consumiram, aproximadamente, R$ 5 milhões. Durante os trabalhos, os restauradores encontraram surpresas, como o esgrafito original, onde ficava o altar lateral da antiga igreja de São Tiago.
O que foi o altar-mor guarda o túmulo simbólico do Padre José Anchieta, agora santo, e que deu nome ao palácio por ser considerado o apóstolo do Brasil. Aliás, foi Anchieta quem, dez anos antes de morrer, concluiu, em 1587, a primeira ala do antigo Colégio São Tiago. Mais de 400 anos depois, a história do palácio atrai muitos visitantes assíduos.
“Eu sempre sonhei na minha juventude em adentrar no palácio, mas sempre era impedido. Agora ele está aberto para todos nós, e é sensacional para a cidade e para todos os moradores”, disse lton Roatti.
A gerente do Patrimônio Histórico do Palácio Anchieta, Áurea Lígia Bernardi disse que o pátio interno sintetiza toda a história do local. “Essa arquitetura de quadra com pátio interno é característica da arquitetura jesuítica. O poço estava totalmente aterrado e quando entramos com equipamento, com GPS, foram encontrados os resquícios desse poço que servia o colégio e a residência dos jesuítas”, explica.
Na recepção do gabinete do governador, algumas das cerca de 150 obras que decoram as centenárias paredes impressionam pela riqueza de detalhes da natureza capixaba. Na sala do chefe do Poder Executivo estadual, o destaque é para a mesa, com 22 lugares. O requinte se repete em outro ambiente do Palácio Anchieta: o Salão Nobre, reservado a ocasiões especiais. O ambiente é onde fica mais fácil observar a união entre o antigo e o moderno, com a restauração. O espaço é todo climatizado com destaque para o dourado dos móveis. “O dourado são folhinhas de ouro com uma técnica artística de pintura, onde você pega a folha e vai aderindo à madeira, e dá esse tom de ouro mesmo”, disse Áurea.
Uma área ainda mais reservada no palácio são os aposentos do governador. No Salão Negro, são oferecidos os banquetes e o destaque principal é para os lustres, que são todos feitos em madeira. Segundo Áurea, durante a restauração do Palácio Anchieta, os painéis eram ocupados por espelhos. “O salão é todo entalhado e o espelho rebate, e quando você rebate, a imagem fica confusa na hora em que entra”.
O Salão Inglês está entre os mais intimistas do palácio. A obra mais antiga recebe esse nome por conta do relógio, que lembra o Big Ben, de Londres. É o local onde o governador Paulo Hartung almoça. Já no Salão do Piano é onde o governador recebe os convidados para momentos de entretenimento depois de reuniões de negócios que decidem rumos da economia e política capixaba.