Bem no ‘coração’ da capital, os capixabas têm um lugar que respira arte contemporânea. Um espaço para o artista que busca a interação com a sociedade, por meio de pinturas, esculturas e fotografias. Na série Ícones do Espírito Santo, exibida nesta quarta-feira (2), os telespectadores puderam conhecer mais de perto a galeria Homero Massena.
A galeria Homero Massena oferece oportunidade para novos talentos capixabas na área de artes visuais. A jovem Florislene dos Santos trabalha nas imediações da galeria, mas conta que nunca havia passado pelo local. Ao conhecer, os olhos de Florislene chegaram a brilhar diante do espaço da Secretaria de Estado da Cultura voltado à produção contemporânea de artes plásticas. “Interessante, eu gostei muito de conhecer e sempre vou voltar”, afirmou.
São quase 40 anos respirando arte! A galeria Homero Massena funciona desde 1977, na Cidade Alta, centro histórico de Vitória. É endereço certo, principalmente, para jovens que decidem se lançar no campo das artes visuais, como o Marcelo Gandini. Além de policial militar, ele é artista plástico e teve obras expostas em 2007 e 2009.
“Foram selecionados alguns trabalhos e o meu foi selecionado naquele ano. Expus um desenho que ocupava toda a parede da galeria, ele tinha seis metros de dimensão e três de altura, e era um trabalho referente a fotografia e desenho. Na segunda oportunidade fiz uma instalação, um ambiente de menção que tratava de um assunto contundente, que eram os homicídios na cidade de Vitória. Peguei a estatística de 2008 e transformei em um gráfico”, disse Marcelo.
Os jovens artistas têm a oportunidade de mostrar o trabalho. “Os artistas participam de um edital anual, são selecionados e temos as exposições vinculadas ao Funcultura pela Secult. Essas exposições dão oportunidade para o jovem artista mostrar seu trabalho”, disse a coordenadora da galeria Franquilândia Raft.
A missão da galeria Homero Massena é justamente promover o reconhecimento de novos talentos nas artes. Uma tarefa que envolve ações que valorizam a interação com a comunidade, a inclusão social, a prática da cidadania e a difusão do conhecimento. “Acontecem várias oficinas, palestras, mesas redondas. Esse contato com o público é frequente. Nós recebemos escolas, famílias e turistas durantes todas as exposições”, informou Franquilândia.
Diz o compositor que todo artista tem que ir onde o povo está. E como fazer o caminho inverso, trazer o povo até o artista A equipe da galeria Homero Massena, acredita ter encontrado a resposta. Desde o último mês de junho, a Homero Massena realiza mostras do acervo para divulgar obras da coleção da própria galeria e promove ações educativas que permitam ao público chegar mais próximo do trabalho dos artistas. “É importante trazer a comunidade até a galeria. E a gente também pode responder as demandas dessa sociedade e mostrar como surgiu esse acervo, e trabalhar as atualidades dentro desse contexto da exposição”, disse Paula Nunes Costa, Museóloga da Secult.
Um exemplo dessa democratização artística é a exposição Paisagens do Acervo. São 12 pinturas; três fotografias, um desenho e uma instalação de vários artistas e os visitantes podem, inclusive, interagir com a instalação.
“Essa instalação é uma obra de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha, que são artistas de São Paulo, e a obra se chama Transposição e Adensamento, onde é feita uma projeção na parede e o visitante é convidado a desenhar, e se torna uma extensão dos braços dos artistas que estão em São Paul. E ele desenha na parede a imagem que está sendo projetada. Essas imagens são cenas reais, são desenhos da paisagem de São Paulo e essa imagem é trocada todos os dias. A cada dia vamos formando desenhos sobrepostos” informou Franquilândia.
A Helena Paccagnella é estudante de artes visuais. Há um ano e meio, quando começou a estagiar na galeria, a jovem se debruça na pesquisa da vida e obra do artista que dá nome ao espaço.
“Ele trabalhava muito com a ‘não-linha’, usava mais machas de cor nos quadros para pintar as paisagens, e um dos pontos que ele mais retratou nas pinturas foram as paisagens que cercavam o Convento, como a Prainha, que era onde ele morava e onde tem o Museu Homero Massena, que é a casa dele, e também a subida do Convento, eram sempre paisagens mais bucólicas e cheio de natureza”, disse Helena.
O visitante pode interagir com a mostra gratuita que prossegue até 12 de dezembro e pode ser prestigiada de segunda à sexta-feira, das 9 horas, às 18 horas e, aos sábados, entre 13 horas e 18 horas, na Cidade Alta, em Vitória.
Reportagem/ Marcelo Rosa/ TV Vitória