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Sesa apura conduta de hospital que atendeu grávida atingida por pedaço de poste

Clesiane Viana não passou por nenhum tipo de exame de imagem do crânio, apesar de ter sido atingida por um objeto de mais de um 1kg

Foto: Thamiris Guidoni / Folha Vitória

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) anunciou nesta segunda-feira (4), que abriu um processo de sindicância para apurar a conduta do Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas, em atendimento à paciente Clesiane de Fátima Viana, no último domingo (3). 

Clesiane, que está grávida de quase seis meses, foi atingida por um pedaço de concreto que caiu de um poste na orla de Itaparica, em Vila Velha, enquanto ela e o marido caminhavam pelo calçadão para observar o mar, no fim da manhã de domingo. 

Ela não passou por nenhum tipo de exame de imagem do crânio, apesar de ter sido atingida por um objeto de mais de um 1kg. De acordo com o Hospital, os exames não foram realizados por conta de a mulher estar grávida. 

De acordo com o marido de Clesiane, o empresário João Paulo da Silva Canadell, os médicos informaram que se tratava de um procedimento padrão. 

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“Não foi feito. Quando eu cheguei para vê-la, ela já estava de alta. Eu fui atrás do médico para questionar por que não tinha feito, porque, mesmo eu completamente leigo no assunto, pela gravidade da situação, imaginei que poderia ter alguma ligação o fato dela não estar sentindo as pernas com a pancada na cabeça. E, segundo o médico, era o procedimento padrão, porque ela estava consciente e não deveria fazer, porque o risco não valeria a pena pelo fato dela estar grávida”, contou.

A situação deixou o empresário revoltado e preocupado, já que a esposa está grávida de quase seis meses. Além disso, chegou a ficar mais de 15 horas em jejum.

“Minha esposa está sem sentir as pernas, super fraca, há mais de 15 horas sem se alimentar, e com o bebê, que aparentemente está bem, mas eu não sei até quando. E eu, honestamente, não sei se ela vai voltar a andar, por conta de várias negligências. Desde a prefeitura ou seja lá o órgão responsável, que não cuidou do poste e fez isso acontecer, até o hospital público”.

A secretaria informou que a paciente foi recebida, atendida e liberada, uma vez que a causa principal para o atendimento, o trauma, foi averiguado pelas equipes de cirurgia geral e neurocirurgia.

A Sesa disse ainda que o hospital não dispõe de médicos obstetras responsáveis por atender gestantes e que a paciente foi liberada após a solução da queixa principal.

Ainda de acordo com a secretaria, a paciente não apresentava nenhum déficit neurológico no momento da internação e submetê-la a um exame de imagem poderia apresentar riscos ao bebê. “Por isso, foi orientada a retornar caso novos sintomas aparecessem”, informou.

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