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Sesa confirma primeiro caso de febre amarela silvestre no Espírito Santo

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu a notificação de 21 casos suspeitos da doença e três mortes estão sendo investigadas

A Sesa ainda não contabilizou quantas pessoas foram vacinadas contra a febre amarela no ES Foto: Mary Martins ​

O primeiro caso de febre amarela silvestre confirmado no Espírito Santo é de um lavrador, de 44 anos, morador da área rural do município de Ibatiba. O estado de saúde do paciente é estável. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) anunciou o caso nesta terça-feira (24)

Até agora, a Sesa recebeu a notificação de 21 casos suspeitos e três mortes estão sendo investigadas por apresentarem quadro indicativo de febre amarela, leptospirose, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas semelhantes.

Treze pessoas com sintomas das doenças estão internadas nos hospitais de referência para o tratamento da doença, o Hospital Dório Silva, na Serra e o Himaba, em Vila Velha.

“Deste total, seis pacientes estão estáveis, quatro estão em estado grave e três pacientes estão internados em hospitais particulares que não passaram as informações sobre o estado de saúde dos pacientes”, informou o secretário Ricardo de Oliveira. 

Em relação ao paciente internado com febre amarela silvestre, Ricardo de Oliveira disse que, apesar de estável, ele permanece internado em isolamento na enfermaria.  Ele recebeu alta da Unidade de Tratamento Intenviso (UTI) nesta segunda-feira (23).

“Ele começou a manifestar os sintomas da doença no dia 12 de janeiro e buscou atendimento em um pronto-socorro do município com febre, dor no corpo e vômito. Este é o primeiro caso de febre amarela silvestre registrado aqui no Espírito Santo em 50 anos”.

Com o caso confirmado e regiões de mata no Espírito Santo, Ricardo de Oliveira acredita que existe a possibilidade do Ministério da Saúde reposicionar o Estado em relação ao risco de contrair a doença. 

“Não sabemos como o Ministério da Saúde irá trata esse caso confirmado, mas eu acredito que irá provocar o reposicionamento do Espírito Santo, mas a inclusão do Estado nas áreas de risco cabe ao ministério”, afirmou.

Orientações

Ricardo Oliveira orienta que os capixabas não viagem para áreas de mata no Espírito Santo antes de serem imunizados.

“A minha orientação é de que as pessoas não viagem para essas áreas, mas se tiverem mesmo que ir, que procurem se vacinar, caso não consigam, usem repelentes e roupas de manga comprida. Já solicitamos um milhão de vacinas ao Ministério da Saúde, 500 mil chegarão até a próxima quinta-feira pela manhã. O restante ainda não tem data definida para chegar”, explicou.

Apesar do medido de mais vacinas para o Estado, o secretário da saúde afirma que não há necessidade da “correria” aos postos de vacinação.

“Quem já tomou a vacina contra a febre amarela pelo menos uma vez na vida já está imunizado.  A prescrição da segunda dose dez anos depois da primeira é porque produzimos a vacina aqui no país. Não há necessidade deste pânico para ser vacinado. Esta correria aos postos de saúde, a situação de pânico não nos ajuda e  porque nenhum caso urbano da doença foi notificado e, quem realmente precisa ser vacinado não consegue”.

A Sesa iniciou a vacinação cautelar como forma de bloquear a doença em 37 municípios, levando em consideração a morte de macacos por suspeita de febre amarela na zona de mata dentro do Estado. Além da proximidade geográfica desses municípios e a ligação que eles mantêm com a região capixaba que faz fronteira com Minas Gerais por meio da faixa contínua de floresta. 

Até o dia 23 de janeiro, o Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES) recebeu 33 amostras de macacos. Até o momento, saíram os resultados de cinco amostras de macacos com febre amarela em Irupi, Colatina, Venda Nova do Imigrante e dois em Laranja da Terra. 

“Os grandes vilões da história não são os macacos, mas sim os mosquitos de áreas de floresta. É ele quem contamina o macaco e as pessoas. A morte de macacos nos serve de alerta e sinal de que a doença está presente na área. O animal e o sentinela que nos revela a febre amarela”, disse Ricardo Oliveira.

Confira: