O preconceito, alguns conflitos éticos e a falta de informação ainda giram em torno da doação de órgãos e impedem que muitas pessoas de tornem doadoras. Um outro problema grave e bastante comum é a resistência de familiares, que se sentem inseguros e acabam não autorizando o procedimento.
No Espírito Santo, a taxa de doadores efetivos de órgãos está abaixo da média nacional. Enquanto o índice nacional de é 14 doadores a cada milhão
de habitante, o Estado fica com uma média de 8,7 doadores efetivos a cada milhão de habitante.
A pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) também divulgou o número de pessoas que aguardam por um transplante. Cerca de 1.080 capixabas estão na fila por um transplante, sendo 960 a espera da doação de um rim.
De acordo com o cirurgião cardiovascular doutor Lima, coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, o principal motivo para o baixo índice de transplantes no ES é a recusa familiar.
“No Espírito Santo, 65% das famílias não autorizaram a doação”, explica. Durante o primeiro semestre de 2016, 489 pessoas do Espírito Santo ingressaram na fila do transplante e 56 morreram. A maioria (42) aguardava um rim”, explica.
Para aumentar o número de doadores e conscientizar sobre a importância da doação de órgãos, a campanha nacional “Setembro Verde” teve início nesta quinta-feira (01) e segue durante todo o mês em 21 estados brasileiros.
Com o slogan “Doe órgãos, salve vida!”, a campanha lembrará também o Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro. Durante todo o mês, diversos monumentos de cidades brasileiras ficarão iluminados de verde para chamar a atenção sobre a necessidade da doação.
Transplante
Em junho deste ano, o médico capixaba Rogério Guasti, de 69 anos, passou por uma cirurgia de transplante de coração. A doação foi feita em Uberlândia, Minas Gerais, e aconteceu após a confirmação da morte encefálica de um jovem de 24 anos. O órgão foi transportado pelo Núcleo de Operações de Transporte Aéreo (Notaer), da Polícia Militar.
O procedimento foi realizado no Hospital Meridional, em Cariacica e o médico segue internado. De acordo com o hospital, o paciente segue internado apresentando melhora clínica progressiva. No entanto, apesar de toda melhora evolutiva, ainda necessida de suporte de terapia intensiva e não tem previsão de alta até o momento.