Após ter causado tumulto com um desafio que tinha como prêmio um carro zero, o empresário Flávio Ramos, conhecido como “sheik brasileiro”, foi multado em R$ 50 mil pela Prefeitura de Guarapari, onde o caso aconteceu.
A aplicação da multa e o valor a ser pago pelo empresário, cuja ação terminou em uma confusão generalizada na Praia do Morro, no município, na última quinta-feira (26), foram confirmados pela prefeitura, através de nota enviada à imprensa neste sábado (28).
“A Prefeitura de Guarapari informa que por falta de licença prévia para realização do evento, foi aplicada multa para o responsável no valor de R$ 50.000,00”, diz o comunicado encaminhado pelo município.
Ao longo da semana, o empresário afirmou que iria “esconder” um veículo pela cidade. Os candidatos a ganhar o automóvel deveriam ficar encostados na lataria e quem aguentasse ficar por mais tempo, levaria o carro para casa.
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Entretanto, durante a brincadeira, um intenso tumulto se formou, sendo necessária a intervenção da Polícia Militar.
Algumas pessoas depredaram o veículo usando pedaços de pau. Um homem chegou a subir no teto do carro e pular em cima dele. Houve também correria na orla.
Veja vídeos da confusão em Guarapari após desafio de carro:
“Brincadeira” do empresário vira inquérito policial
De acordo com a Polícia Civil, o empresário, após comparecer espontaneamente à polícia para prestar depoimento em função do ocorrido, será investigado por causar tumulto na Praia das Castanheiras, em Guarapari e por possíveis outros crimes que forem identificados durante o processo investigatório.
Durante o evento promovido pelo “sheik”, a Polícia Militar deteve dois homens, de 27 e 33 anos de idade, respectivamente, por suposto envolvimento na confusão. Em seguida, eles que foram conduzidos à Delegacia Regional de Guarapari.
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O mais jovem assinou um Termo Circunstanciado pelo crime de desobediência e teve um mandado de prisão que constava em seu desfavor cumprido, sendo encaminhado ao sistema prisional.
Já o homem de 33 anos foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante naquele momento.
Após a confusão, “sheik” de Guarapari se pronunciou nas redes sociais:
Poucas horas após a confusão, Flávio Ramos foi às redes sociais para afirmar que a situação, que era para ter sido uma “brincadeira” e um “entretenimento para a cidade”, terminou em confusão e tumulto.
“Estou sem saber o que fazer agora. A intenção não era trazer tumulto para a cidade, não era trazer desconforto, a intenção era fazer uma brincadeira, todo mundo colocava a mão. Ia ser uma prova de resistência e o último levava o carro”, disse.
O empresário contou em seu Instagram que o carro depredado ia precisar ser guinchado para conserto.
Veja vídeo da fala empresário após confusão:
Empresário admitiu que vive de apostas
Em entrevista à coluna Pedro Permuy, no último dia 24, o empresário afirmou se dedicar 100% a trabalhar como jogador e apostador profissional. No início da semana, ele promoveu uma chuva de R$ 10 mil em notas de sua cobertura, em Guarapari.
Na última segunda-feira (23), ele realizou uma brincadeira em que escondeu uma moto avaliada em R$ 18 mil para quem achasse o veículo “escondido” pelo município – com chave na ignição, capacete e documentos todos regularizados.
Ele admite que o objetivo maior das ações inusitadas de dar uma de “Silvio Santos e o dono do Baú” é o de ganhar fama na web e aumentar o próprio engajamento nos perfis.
Alerta: dinheiro fácil x vício
Um jogo de aposta, como todo “jogo de azar”, é um jogo em que se aposta algum valor com a intenção de receber um prêmio. Nos jogos online que viraram febre no Brasil existe sempre o risco de errar o seu palpite e, consequentemente, perder todo o dinheiro envolvido.
Com o amplo interesse pelas oportunidades, apresentadas muitas vezes como forma de ganhar “dinheiro fácil” e de se tornar um jogador e apostador profissional, muitas vezes, não é retratado o efeito colateral que esse comportamento pode ter – lê-se vícios e dependências.
Segundo a psicoterapeuta Zenaide Monteiro, o vício nos jogos acontece quando o indivíduo possui uma tendência à compulsão e não consegue “parar de jogar”.
“Os jogos vão impulsionar uma área da mente despertando o prazer, adrenalina e, quando se ganha, alívio e sensação de vitória. No final, a pessoa acaba agindo com ‘ações inconsequentes’ e faz qualquer coisa para ganhar“, alerta.
O empresário não foi localizado, neste sábado, para comentar a aplicação da multa pela prefeitura. O espaço segue aberto para as devidas manifestações.
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