O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) encaminhou um ofício para a Petrobras, nesta segunda-feira (15), solicitando providências da empresa com relação a infecções pelo novo coronavírus que teriam ocorrido na plataforma P-58, localizada no litoral sul do Espírito Santo. De acordo com o sindicato, seis trabalhadores que atuam na plataforma, entre funcionários da empresa e terceirizados, testaram positivo para a covid-19 nas últimas semanas.
“Na última semana, nós tivemos a confirmação de três trabalhadores terceirizados e, nesta semana, de dois próprios. E, provavelmente, eles pegaram a covid na mesma escala”, afirmou o coordenador geral do Sindipetro-ES, Valnísio Hoffmann.
O sindicato alega também que a Petrobras não estaria testando os demais trabalhadores que mantiveram contato com os infectados, além de não disponibilizar aos mesmos uma hospedagem para que eles tenham tempo de serem testados antes de retornarem às suas residências. O sindicato pede à empresa que essas duas medidas sejam tomadas, além de uma desinfecção total da plataforma.
“O fato de termos um ambiente confinado, restrito, em que você tem suspeitos e agora confirmados com covid-19, nesses trabalhadores que desembarcaram, é de suma importância que a Petrobras faça a testagem dos demais trabalhadores que irão desembarcar, para garantir a saúde desses trabalhadores e das próprias famílias”, destacou Hoffmann.
O coordenador informou também que o Sindicato dos Petroleiros está disponibilizando testagem e hospedagem para os trabalhadores que estariam desembarcando sem a realização dos respectivos testes.
“O sindicato, com recursos próprios, buscando a proteção dos trabalhadores e de suas respectivas famílias, está pagando os testes desses trabalhadores que estão desembarcando no final de escala e que tiveram contato com esses trabalhadores que já testaram positivo. Então, estamos disponibilizando hospedagem, até que o resultado do exame seja divulgado, e também estamos pagando a testagem, tanto o sorológico como o PCR. Acabamos fazendo o papel que deveria ser da empresa”, afirmou Hoffmann.
Para o coordenador do Sindipetro-ES, há falhas na testagem sorológica feita pela Petrobras no momento do embarque dos trabalhadores para as plataformas. “A sugestão do sindicato é que tenha que ser feito um teste no meio da folga do trabalhador ou uma semana antes de embarcar, e o teste rápido. Assim, eu acho que reduziria muito mais o risco de contaminação nas plataformas”, frisou.
O outro lado
Por meio de nota, a Petrobras informou que não informa quando algum colaborador tem confirmação ou complicações decorrentes da covid-19. “A companhia entende que, em linha com nosso valor de respeito às pessoas, a garantia da privacidade e do sigilo se sobrepõe nessas situações. Informações individuais dos colaboradores devem ficar restritas aos profissionais de saúde, resguardando inclusive o sigilo médico”, informou a empresa.
A Petrobras informou ainda que investiu mais de R$ 30 milhões em ações de saúde e prevenção para seus colaboradores, incluindo a realização de testes do tipo RT-PCR, considerado padrão ouro para a covid-19, e os sorológicos, que são os testes rápidos e identificam possíveis anticorpos no sangue do trabalhador. De acordo com a empresa, foram realizados mais de 35 mil testes até a última quarta-feira (10).
A Petrobras também destacou que, desde o dia 20 de abril, tem realizado testes rápidos, no aeroporto de Vitória, para a triagem de colaboradores no momento do embarque para as plataformas.
Sobre a questão da hospedagem a funcionários com suspeita de covid-19, a assessoria de comunicação da Petrobras disse que ainda está checando essa informação. Assim que um posicionamento sobre essa questão for dado pela empresa, ele será incluído na matéria.